Operação da MásMóvil em Portugal com três interessados

Líder da MásMóvil revelou numa conversa com analistas que tem propostas da Macquarie, Digital Bridge e Asterion para estabelecer parcerias no desenvolvimento do negócio em Portugal.
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A MàsMóvil, grupo de telecomunicações espanhol que detém a Nowo em Portugal, recebeu o interesse de três empresas que estão disponíveis para serem parceiros (financeiros ou industriais) no desenvolvimento da operação portuguesa do grupo. Trata-se do banco de investimento australiano Macquarie e dos fundos de investimento em infraestruturas Digital Bridge e Asterion. Estes três players já têm acordos firmado com a MásMóvil para as operações desenvolvidas em Espanha.

A informação foi avançada na quarta-feira pelo espanhol Cinco Días, citando fontes de mercado, após Meinrad Spenger, CEO de MásMóvil, ter revelado a analistas de mercado que o grupo está a analisar propostas. Uma decisão será tomada nas próximas semanas, sendo que uma alternativa a estas propostas passaria por acordos com outros operadores, em Portugal.

O futuro da MásMóvil em Portugal - e por isso também os planos da Nowo no âmbito do 5G - está por conhecer. Ao Dinheiro Vivo, já Pedro Mota Soares, secretário-geral da Apritel, escusando-se a comentar rumores ou situações específicas das telecom, afirmou que se sente "um grande dinamismo" no mercado português, considerando eventuais tendências de consolidação.

"Num mercado que é competitivo e concorrencial, de facto, todos estes fenómenos estão permanentemente a acontecer. E isso sente-se, sente-se um grande dinamismo no próprio mercado", disse, após a conferência de imprensa de 31 de maio onde fez o balanço do estado do setor.

No início de maio já o Expansión tinha noticiado que a dona da Nowo poderia estar a estudar uma saída de Portugal. Os planos da telecom complicaram-se com a chegada da romena Digi a Portugal, na sequência do leilão do 5G. A MásMóvil contava que, no final do leilão, ficassem apenas quatro operadores, o que permitiria "atacar" o mercado com ofertas low-cost sem ter de investir consideravelmente, contando que os três maiores operadores (Altice, NOS e Vodafone) não responderiam. Ora, a Digi chegou sem aviso e terá estratégia semelhante. Nesse sentido, a MásMóvil estaria, agora, ou a avaliar se venderia a operação ou se procuraria uma parceria local, que até poderia ser com a Digi.

O Cinco Días também escreve que a alternativa a acordos com a Macquarie, Digital Bridge e Asterion passaria por estabelecer parcerias com outros operadores. Em Portugal, a telecom foi considerada um novo player no mercado e, por isso, segundo as regras do leilão do 5G, tem o direito de firmar acordos de roaming nacional com Altice, NOS e Vodafone. Ou seja pode acordar usar a infraestrutura de outros operadores para ter rede móvel. Já existe um acordo anterior ao leilão com a Altice, pelo que sobram NOS e Vodafone, duas hipóteses que o jornal espanhol escreve serem hipóteses.

O mesmo jornal indica que a Nowo está a modernizar a sua rede ao substituir a atual rede de cabo por fibra ótica. Nesse sentido o operador português detido pela MásMóvil continua a instalar fibra em Lisboa e no Porto. Em 2021, a Nowo já tinha investido 150 milhões de euros, incluindo os 70 milhões na aquisição de espetro 4G e 5G no último leilão de frequências.

O objetivo é chegar a um milhão de lares com rede da Nowo. Atualmente, a Nowo tem cerca de 150 mil clientes na banda larga fixa e outros 220 mil no negócio móvel, a que se soma uma quota inferior a 4% na televisão por subscrição. Refira-se que no negócio móvel a Nowo beneficia de um acordo de roaming com a Altice, pois a empresa ainda não tem rede própria.

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