As Novas Rotas de Portugal

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Portugal foi pioneiro na Globalização. Nunca como agora foi tão importante valorizar o papel dos líderes e gestores portugueses espalhados pelo mundo para mostrar que há um novo capital de competência estratégica de base nacional. Numa época de crise complexa,
esta nova aposta é um sinal de confiança na competitividade portuguesa e na capacidade muito concreta de se alterar duma vez por todas o modelo de desenvolvimento económico para o futuro.

O futuro de Portugal faz-se com os portugueses e é essa a mensagem central que importa deixar nestes tempos de crise. Este novo capital é um desafio que temos que saber agarrar. São estas as novas rotas de Portugal!

A economia portuguesa está claramente confrontada com um desafio de crescimento efetivo e sustentado no futuro. Os números dos últimos anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade de consolidação do setor industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma duma economia interna de serviços com um carácter reprodutivo limitado criou a ilusão no
final da década de 90 dum crescimento artificial baseado num consumo conjuntural manifestamente incapaz de se projectar no futuro.

Portugal precisa de reforçar a aposta competitiva com impacto na sua matriz económica e social. A política pública tem que ser clara – há que definir prioridades do ponto de investimento estrutural nos setores e nos territórios, sob pena de não se conseguirem resultados objectivos. Estamos no tempo dessa oportunidade. Definição clara dos Pólos de
Competitividade em que atuar (terão que ser poucos e com impacto claro na economia); selecção, segundo critérios de racionalidade estratégica, das zonas territoriais onde se vai atuar e efetiva mobilização de redes ativas de comercialização das competências existentes para captação de IDE de Inovação.

O investimento direto estrangeiro desempenha neste contexto um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do IDE de Inovação associado à captação de Empresas e Centros de I&D identificados com os setores mais dinâmicos da economia – Tecnologias de Informação e
Comunicação, Biotecnologia, Automóvel e Aeronática, entre outros. Trata-se de uma abordagem distinta, protagonizada por redes ativas de actuação nos mercados globais, envolvendo os principais protagonistas sectoriais (Empresas Líderes, Universidades, Centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições
de sucesso de abordagem dos clientes.

Uma Nova Economia, capaz de garantir uma Economia Nova sustentável, terá que se basear numa lógica de focalização em prioridades claras. Assegurar que o IDE de Inovação é vital na atracção de competências que induzam uma renovação activa estrutural do tecido económico nacional; mobilizar de forma efetiva os centros de competência para esta abordagem ativa no mercado global – mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial.

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