Os portugueses voltaram a aumentar os seus gastos na época natalícia de 2024, registando, entre os dias 1 e 24 de dezembro, um crescimento de 15% no número e no valor total de compras, conforme indicam os dados publicados pela SIBS Analytics.No que diz respeito ao comércio online, as compras tiveram também um aumento de 30% a nível de quantidade e de 36% no que toca a investimento. E esta é uma tendência global que já tinha sido mencionada num estudo recente da Salesforce, que refere que as vendas online na Black Friday tiveram uma subida de 5%.No entanto, o que verdadeiramente captou o meu interesse neste estudo foi o facto de indicar que o recurso a funcionalidades baseadas em Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa) aumentou 6% durante a Black Friday, impulsionando cerca de 13,58 mil milhões de euros das vendas em todo o mundo. Aliás, no arranque da Cyber Week os operadores que utilizaram IA Generativa nos serviços verificaram uma taxa de conversão 9% superior aos que não fizeram uso dessa tecnologia. Isto denota que a ascensão da IA transformou significativamente as compras online, aumentando, assim, a eficiência e melhorando a experiência do cliente.O que estes números indicam também é o enorme potencial da IA na análise de dados, na criação de métricas e na identificação de padrões que permitem às empresas preparar estratégias de ação proativas junto dos clientes. O uso de IA para resolver desafios no retalho online é já recorrente em muitas áreas. Quando a juntamos à capacidade de interação da IA Generativa com o cliente final, o impacto da IA como um todo é exponenciado. Os dados do estudo da Salesforce comprovam que a IA Generativa se tem tornado numa ferramenta poderosa no contexto das vendas online, proporcionando soluções inovadoras para otimizar a experiência do cliente, aumentar a conversão e melhorar (ainda mais) a personalização.Não nos confudamos: a personalização não começou com a IA Generativa. A IA Tradicional já nos permitia criar sistemas de recomendação (a Amazon e a Netflix utilizam algoritmos orientados por IA para sugerir produtos com base no comportamento, preferências e tendências dos utilizadores) ou ajustar os preços em tempo real com base na procura, na concorrência e no comportamento dos clientes, garantindo que os preços são otimizados para maximizar a perceção do cliente, as vendas e o lucro das empresas.A IA Generativa pode melhorar ainda mais esta experiência de compra com a introdução de uma componente de interação usando linguagem natural (texto, som e imagem) e na criação de conteúdo. Falo da criação de descrições personalizadas dos produtos, adaptação de anúncios ou campanhas de marketing, além dos já reconhecidos assistentes de compras virtuais e chatbots. Estes assistentes podem ajudar os clientes a navegar num site, recomendar produtos ou mesmo ajudar a encontrar os melhores descontos ou ofertas. Isto resulta em operações mais suaves, melhor serviço ao cliente e custos mais baixos.A cereja no topo do bolo para quem ainda não está convencido em comprar online: a IA desempenha também um papel vital na identificação de atividades fraudulentas e na garantia de transações seguras, tanto para os clientes, como para os retalhistas. Os modelos de IA podem analisar padrões nas transações para detetar comportamentos invulgares ou potenciais fraudes.À medida que as tecnologias de IA continuam a evoluir, o seu impacto no comércio eletrónico só irá aumentar, criando ambientes de compras ainda mais intuitivos, dinâmicos, interativos e seguros. Os retalhistas que adotarem soluções orientadas por IA (Tradicional e Generativa) terão seguramente uma vantagem competitiva num mercado em rápida mudança. 2025 acabou de chegar e se ainda não fechou a lista de resoluções, que a IA seja um dos pontos a acrescentar