Vontade do Papa Francisco desrespeitada

Publicado a

A Câmara Municipal de Oeiras presidida por Isaltino de Morais mandou, segundo as notícias vindas a público, retirar um cartaz exposto na zona de Algés, que recordava os abusos sexuais de menores por sacerdotes e outros membros da Igreja Católica.

A Câmara de Isaltino fê-lo no mesmo dia em que o Papa recebia em Lisboa um conjunto de vítimas dos abusos e lhes pedia humildemente perdão em nome da Igreja.

Neste contexto a ação da Câmara de Isaltino surge como diametralmente oposta à do Papa Francisco. O que o Papa reconhece, assume a responsabilidade, pede perdão e quer dar visibilidade a esse ato, a Câmara de Isaltino não reconhece e quer esconder.

Trata-se claramente de contrariar a vontade do Papa Francisco e de o desafiar. Onde Papa quer falar do assunto, quer torna-lo visível, quer que fique claro o pedido de desculpas, a Câmara de Oeiras pelo contrário opõe-se à postura do Papa, impõe silêncio através da censura do cartaz.

Censura um cartaz sobre um tema, obviamente de caráter religioso e político, em que a liberdade de expressão está, inclusivamente, protegida constitucionalmente.

Pode mesmo concluir-se que a retirada dos cartazes é uma ação propositada de contradizer o Papa Francisco, de o embaraçar na sua política de verdade e transparência e no fundo um ataque pessoal ao Papa Francisco e à Igreja Católica. Uma vergonha e um embaraço para o país em plena Jornada da Juventude Católica.

É importante que as autoridade portuguesas reponham imediatamente a legalidade democrática, recolocando o cartaz, garantindo ao Papa Francisco que a situação não se repete e pedindo-lhe desculpas oficiais pela ofensa.

Por outro lado, os oeirenses devem refletir se é este o tipo de Presidente da Câmara que pretendem para o seu concelho. Um homem que já cumpriu pena de prisão por delitos relevantes e que toma esta atitude de desafio ao Papa que nos vista na dupla qualidade de Chefe de Estado e de líder religioso.

Não sendo eu católico confesso-me admirador do Papa Francisco e da sua ação em diferentes domínios nomeadamente na ação decisiva, que o seu antecessor não foi capaz de tomar, contra a pedofilia sacerdotal e uma intervenção importante em defesa do meio ambiente e dos mais desfavorecidos.

Incomodam-me profundamente estes atos da Câmara de Oeiras contra uma personalidade como o Papa Francisco que merece todo o respeito e consideração. Espero, sinceramente, que seja feito um pedido de desculpas oficiais. Em meu nome pessoal peço desde já perdão ao Papa Francisco por esta afronta da Câmara do concelho em que moro

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt