Os 10 concelhos mais pobres de Portugal que todos os ministros deviam conhecer

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O executivo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas vai entrar de férias no mês de agosto. A pausa estival deverá funcionar para os ministros recobrarem forças e prepararem-se para a segunda parte da legislatura que termina em 2015.

Dos 308 concelhos portugueses, o Instituto Nacional de Estatística (INE) registava que existiam pelo menos 12 com o poder de compra 50% abaixo da média nacional. Estes deverão ser alguns dos concelhos mais pobres de Portugal, que todos os ministros deviam conhecer para ter em conta o crescimento económico que o Governo propõe no seu texto de Moção de Confiança que vai a votos amanhã na Assembleia da República.

Olhando para o mapa do poder de compra em Portugal é fácil observar várias disparidades entre regiões: O litoral é mais rico do que o interior e existe mais poder de compra no sul do que no norte do País. Os 10 concelhos mais pobres de Portugal localizam-se todos a Norte do Rio Mondego, segundo dados do INE relativos a 2009.

Sernancelhe, no distrito de Viseu, é uma vila sede de concelho, que conta com 5671 habitantes, e detêm somente 47,36% do poder de compra nacional. Celorico de Basto, em Braga, é o segundo concelho com os habitantes com menor capacidade de consumo com apenas 47,73% da média nacional. Ribeira de Pena no distrito de Vila Real, com 48,87%, fecha o pódio dos concelhos com menor poder de compra em todo o País.

A sub-região do Tâmega é a que apresenta mais concelhos com menor poder de compra: além de Celorico de Basto e Ribeira de Pena, também Cinfães (49,35%), Resende (49,43%) e Mondim de Basto (49,63%) marcam presença entre os concelhos portugueses com um poder de compra inferior à média nacional.

Também a sub-região do Douro conta com três presenças, com Armamar (49,49%) e Penedono (49,83%) a juntarem-se a Sernancelhe. Alto Trás-os-Montes e Dão Lafões contam com dois municípios cada: Valpaços (49,52%), Vinhais (49%) e Penalva do Castelo (49,69%), Vila Nova de Paiva (49,35%), respetivamente.

A nível de PIB per capita, estas quatro sub-regiões estão também igualmente entre as mais pobres de Portugal. Em 2009, o Tâmega contava com um PIB per capita de 8700 euros, o Douro de 10500 euros, Alto Trás-os-Montes de 10900 euros e Dão-Lafões de 11400 euros.

Em termos comparativos, o Grande Porto conta com 16 mil euros gerados anualmente por habitante e a Grande Lisboa com 26,6 mil euros.

Olhando para as principais cidades do país, existem vários concelhos com o poder de compra abaixo da média nacional. No Grande Porto, Gondomar, Póvoa do Varzim, Valongo e Vila do Conde situam-se entre os 81% e os 94%.

Na Grande Lisboa, a situação é semelhante, mas aqui apenas dois concelhos estão abaixo da média nacional, Odivelas (94,2%) e Sintra (93,3%).

Na Península de Setúbal, também existem três concelhos com menor poder de compra: Moita (81%), Seixal (93%) e Setúbal (109%).

Em 2009 os municípios per capita com um poder de compra inferior a 50% da média nacional era 12, tendo este valor diminuído face a 2007, quando o INE registou 21.

A nível nacional, os concelhos mais ricos são o de Lisboa, Oeiras, Porto, Cascais e Alcochete.

O INE calculou o Indicador Per Capita do poder de compra,que pretende traduzir o poder de compra manifestado quotidianamente, em termos per capita, nos diferentes municípios ou regiões, tendo por referência o valor nacional. Para isso apurou a média nacional, dando-lhe o valor de 100%.

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