A Mendes Gonçalves, uma empresa familiar mais conhecida pela sua principal marca, a Paladin, é um exemplo de uma internacionalização feita à medida do crescimento e quando o mercado interno se mostrou pequeno.
A fábrica da Golegã está a comemorar 36 anos, mas só há 15 começou o seu percurso internacional. Mas já está presente em mais de 30 países, com as exportações a valer, aproximadamente, 20% das vendas. Já tem uma fábrica em Angola; Senegal, Coreia do Sul e Rússia foram os novos mercados conquistados em 2017 e a entrada na Argélia está quase fechada.
“A internacionalização surgiu por necessidade de crescimento. E a oportunidade surgiu nos mercados culturalmente mais próximos, os países africanos de língua oficial portuguesa”, explica o diretor de exportação. João Barbosa admite que hoje os mercados externos são estratégicos no desenvolvimento da marca, e daí a construção da unidade em Luanda, em parceria com o distribuidor local, para a produção de vinagres. “Temos claramente uma internacionalização mais proativa e não tão reativa aos pedidos dos nossos clientes”, frisa.
Todos os anos, a Mendes Gonçalves procura entrar em três ou quatro novos mercados, o que obriga a empresa a investir em recursos humanos para aumentar a equipa de internacionalização. O próprio João Barbosa só está na Mendes Gonçalves há seis meses. “Claro que as novas tecnologias facilitam muito a abordagem aos mercados, mas privilegiamos também as visitas frequentes aos clientes, porque nada substitui o contacto direto”, sublinha.
O objetivo da Mendes Gonçalves é chegar a 2020 com as exportações a valer um quarto das vendas da empresa que, este ano, se situaram nos 30 milhões de euros.
E qual é o maior desafio para uma PME que pretende vencer no mercado global? “Claramente, a identificação do parceiro ideal. Não queremos simplesmente exportar contentores, queremos posicionar estrategicamente as nossas marcas, mas para isso é preciso alguém que se apaixone por elas como nós”, diz.