No final de 2022, já volvidos vários meses de um cenário económico e geopolítico negro, entra em cena a Paynest, uma plataforma digital que surge para ajudar as empresas a oferecer condições mais flexíveis de pagamento de salários aos seus colaboradores, num esforço que alia a atração e retenção de talento, a literacia financeira e o combate ao endividamento. A solução com ADN português foi fundada por Nuno Pereira e Michalis Gkontas, e arrancou atividade em Portugal e na Grécia em dezembro do ano passado.
A gestão financeira é uma das principais preocupações de muitos trabalhadores, particularmente face a despesas inesperadas a meio do mês.
Para evitar o stress e combater o recurso a microcréditos que geram juros e podem levar ao endividamento, a Paynest permite às empresas proporcionarem aos seus colaboradores um adiantamento de parcelas do salário pelas quais já trabalharam, permitindo fazer face a emergências.
As organizações que pretendam disponibilizar este serviço aos seus trabalhadores só precisam de definir as condições que querem oferecer e criar um fundo dedicado aos adiantamentos. A integração da solução no sistema de processamento de salários é realizada pela Paynest, não havendo qualquer necessidade de mudanças ou interrupções nos processos da empresa.
Os colaboradores só necessitam de instalar a aplicação para aceder instantaneamente às parcelas de ordenado. Adicionalmente, a fintech portuguesa trabalha ainda na vertente da prevenção, utilizando um mecanismo baseado na promoção da literacia financeira dos colaboradores, com recurso a artigos e ao acesso personalizado e confidencial a uma equipa de coaches financeiros.
"Do ponto de vista das empresas, a solução é uma mais-valia, pois torna-as mais atrativas aos olhos dos candidatos", afirma Nuno Pereira, CEO da Paynest. Na perspetiva do cofundador da plataforma, este modelo salarial mais flexível confere aos colaboradores um maior controlo sobre os seus rendimentos, o que se traduz em maior liberdade financeira e num sentimento de confiança face ao empregador.
Além disso, pode contribuir para um "aumento de produtividade" e para melhores níveis de retenção por "permitir dar resposta aos colaboradores que possam estar dispostos a trocar de empresa em busca de melhores benefícios monetários".
Recorrendo aos exemplos de outras empresas a trabalhar este segmento noutros mercados, Nuno Pereira refere que está comprovado que cerca de 86% dos colaboradores que já usufruíram desta solução afirmam sentir-se "menos stressados e com mais controlo sobre as suas finanças" e 88% dizem conseguir antever a redução de dependência de créditos para fazer face a despesas inesperadas.