O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou hoje que a produção de energia eólica em alto mar não pode por em causa a atividade pesqueira e que os projetos só devem avançar depois de ouvir os pescadores..Para o líder do PCP "é possível compatibilizar" a produção de energia em alto mar com a pesca, mas "é preciso "que se envolva nessa compatibilização os principais interessados do mar, que são os pescadores e não as principais empresas de indústria energética que olham para a energia renovável como mais um negócio"..À margem de um almoço com pescadores, em Peniche, no distrito de Leiria, Paulo Raimundo disse ser preciso garantir "que os meios naturais existentes possam ser aproveitados para o aumento [da produção] de energia limpa, mas sem por em causa as necessidades básicas dos pescadores", que, acrescentou, "são também as do país.."Somos dos países do mundo que mais consome peixe e não nos podem pedir para abdicar de pescar", afirmou, considerando que a construção de torres eólicas em alto mar, previstas num plano nacional, "não pode avançar sem ouvir os pescadores, o que inexplicavelmente não tem acontecido"..A ocupação de espaço marítimo com torres eólicas foi uma das preocupações manifestadas hoje pelos pescadores de Peniche ao líder do PCP, que no discurso disse ser mesquinho e o "caminho errado" não ouvir os pescadores sobre um atividade que poderá "reduzir as possibilidades de pesca"..Reforçando a necessidade de melhorar os salários e as condições de segurança dos pescadores, Paulo Raimundo criticou as políticas que transformado Portugal num país "que não é autossuficiente" ao nível do consumo de peixe..Portugal não tem "uma costa pobre, tem um costa que tem sido empurrada para o empobrecimento", por outros "países e interesses que decidem quantos barcos Portugal pode ter, que espécies se podem pescar e em que quantidades".."Bitaites e conselhos" que o PCP dispensa, já que para o líder do partido, o país tem "condições para decidir o futuro do setor", com capacidade produtiva para "aumentar o rendimento e valorizar a pesca"..O secretário-geral dos comunistas deixou ainda críticas ao Governo no que toca ao "IVA Zero" que disse ter "efeito zero no bolso dos portugueses", reiterando ser preciso combater a especulação por parte das grandes superfícies.