Pobreza: 1400 famílias pediram apoio à Cáritas

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O Fundo Social Solidário, criado pela Conferência Episcopal háum ano, ajudou mais de três mil pessoas e quase 1.400 famílias,tendo gasto mais de 323 mil euros principalmente no pagamento derendas, mas também na criação de emprego."É pouco para o universo das necessidades, mas para aspossibilidades do Fundo é significativo porque estamos a falar devalores face a um país que entrou numa situação de recessão comoo nosso. Claro que três mil e tal pessoas, quando falamos de 700 mildesempregados, é uma gota de água no oceano, mas a acção daigreja em matéria de pobreza não se restringe ao Fundo SocialSolidário", considerou o presidente da Cáritas, contactadopela agência Lusa.Num comunicado enviado às redacções, a Cáritas Portuguesa,instituição oficial da Conferência Episcopal para a promoção edinamização da acção social da Igreja, revela que durante um anoconseguiu angariar 742.119,95 euros e gastou 323.342,73 euros,havendo 418.777,22 euros que ainda não foram gastos."Não foram ainda usados porque no início, no regulamentodo fundo, não estava previsto uma cláusula que viemos a adoptar sobpena de hoje já não termos Fundo. Em determinada altura, face àquantidade de pedidos e ao montante de cada pedido, esgotávamosrapidamente os fundos disponíveis e damos agora um duodécimo dopedido total", explicou Eugénio Fonseca.De acordo com o presidente da Cáritas, as dioceses que façamchegar pedidos de ajuda têm também de contribuir com uma parte queajude a responder ao pedido que é feito."Imagine que uma pessoa nos pede três mil euros para pagarrendas de casa em atraso, o Fundo dá um duodécimo desses três mile cada Cáritas, na sua zona, ou através da Segurança Social, ouatravés de incentivos, ou através de fundos diocesanos, põe oresto", exemplificou.Os dados da Cáritas mostram também que dentro do total de 3.159pessoas em 1.384 famílias, a maioria das ajudas (34,68%) foi para opagamento de rendas, logo seguido por outro tipo de casos (31,94%),definido como "outros", mas que engloba coisas tãodíspares como pagamento de propinas, próteses ou obras em casa.A ajuda do Fundo Social Solidário chegou também para despesascom a luz (13,15%), água (8,24%) ou medicamentos (10,55%), mastambém para a criação de emprego próprio (1,45%).Eugénio Fonseca explicou que em relação à criação deemprego "têm procurado estudar com muito cuidado as propostasque chegam", explicando que "não vale a pena neste momentofazer certo tipo de investimento, como seja abrir restaurantes oucafés".Do trabalho desenvolvido, a Caritas tira três conclusões queentende que devem ser aplicadas no futuro, como a cooperação detodas as entidades públicas e privadas com responsabilidades sociaispara abranger as situações de maior gravidade.Por outro lado, defende como "indispensável" umdinamismo social permanente a partir da base local até aos centrosde decisão política e vice-versa, bem como a adopção deiniciativas que actuem nas causas dos problemas.O presidente da Cáritas disse ainda à Lusa que vai serrealizada uma assembleia social a 29 de Outubro com o objectivo detomar consciência dos problemas com maior frequência, reflectirsobre as causas e depois procurar soluções."A ideia é que desta assembleia saiam propostas que possamdepois ser apresentadas ao Governo", rematou.

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