Poliempreende: Projeto do IP de Viseu é o vencedor do concurso nacional 

Politécnico de Coimbra vence na categoria de Cocriação e os brasileiros do Instituto Federal do Espírito Santo arrebataram o Poliempreende Internacional na final que decorreu esta 5.ª feira.
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Pit o"gram, de seu nome, é um sistema de comunicação pensado para, no decurso das inspeções automóveis, permitir aos inspetores, quando estão nas fossas sob os veículos, passarem instruções de forma rápida, fácil e segura aos proprietários sentados no interior do mesmo. A ideia parece simples, mas o seu nível de inovação e aplicação prática valeu-lhe a vitória de entre as dezenas de projetos que chegaram à final da 19.ª edição do Poliempreende, o maior concurso de empreendedorismo com ideias de negócio de vocação empresarial lançadas por estudantes dos politécnicos portugueses. A final do concurso decorreu esta quinta-feira, 15 de junho, em que ficaram ainda conhecidos os vencedores das restantes categorias do Poliempreendee que marcou também o fim da Semana Nacional do Empreendedorismo organizada pelo Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.

Francisco Henriques, o criador do Pit o"gram, tem 22 anos, é aluno do Politécnico de Viseu e está prestes a terminar o Curso de Tecnologias e Design de Multimédia - aliás, para ir à final do Poliempreende até teve "de faltar a uma frequência, mas valeu a pena", confessou ao Dinheiro Vivo.

"A ideia surgiu porque o negócio de família é manutenção industrial e, principalmente, presta serviços a centros de inspeções e eu percebi que havia este problema e adaptei-lhe os meus conhecimentos adquiridos ao longo do curso", explicou Francisco Henriques.

Na concretização da sua ideia de negócio o jovem estudante contou com a ajuda do seu professor de Programação. Foi assim que Francisco Henriques concebeu o software e hardware necessários para pôr um terminal na mão do inspetor que está na fossa automóvel e transmite instruções - como trave, acelere, vire a direção para a direita ou esquerda - para um monitor ou televisor colocado ao nível da vista do cliente.

"Esta vitória veio provar que este é realmente um problema que existe e que a solução que eu desenvolvi é boa", conclui Francisco Henriques.

O 1.º prémio do Poliempreende Nacional inclui o valor monetário, em que contou com o patrocínio da Fundação Santander, e o jovem finalista já sabe que fim lhe há de dar. "Com os 10 mil euros eu pretendo iniciar o mais rapidamente possível o processo de patenteamento, para que a minha ideia fique protegida, e eventualmente investir nos próprios aparelhos, em todo o hardware necessário para realização do projeto e lançar [o produto] o mais rapidamente possível e, como temos previsto no nosso plano de negócios, pelo menos alcançar metade do mercado nacional."

Nas restantes categorias desta 19.ª edição do Poliempreende saíram vencedores o projeto Carelinker, do Politécnico de Coimbra, na categoria de Cocriação, e o Bio-insumos Microbiológicos do Instituto Federal do Espírito Santo, na Internacional.

No final, fazendo uma apreciação desta edição do Poliempreende disse ao Dinheiro Vivo Pedro Melo, pró-presidente do IPCA, que assume também a pasta do Emprego e Empreendedorismo no Politécnico do Cávado e Ave: "O resultado desta iniciativa permitiu que hoje fossem premiadas ideias de estudantes com muito valor, que eu acredito que poderão ter certamente oportunidade de poder evoluir já para uma spin-off ou para uma startup.

Visivelmente satisfeito com a receção desta sessão final do concurso no IPCA, o responsável explicou que, além das finais das tês categorias do Poliempreende - que englobou um somatório de 22 instituições do Ensino Superior participantes -, o evento resultou numa semana inteira de atividades.

"O concurso foi muito participativo: tivemos à volta de 150 pessoas, desde estudantes, a facilitadores, que neste caso são docentes que apoiam os projetos, a coordenadores do Poliempreende", relatou Pedro Melo. E acrescentou: "Estiveram uma semana em iniciativas no IPCA, desde sessões de capacitação, a outras que foram basicamente visitas às empresas aqui da região para conhecer também a dinâmica empresarial e também para que os CEO e os fundadores dessas empresas pudessem partilhar algumas dos problemas que tiveram ao longo do seu percurso de crescimento".

Quanto aos prémios do Poliempreende, diz Pedro Melo: "Claro que é sempre um incentivo para os estudantes, porque apoia também esta fase de arranque dos projetos. Mas o que nós tentamos vender, de alguma forma, aos estudantes, mais do que o prémio, é a possibilidade de ter aqui um período de interação e de capacitação. E os projetos que premiamos têm sempre esta lógica de exequibilidade e de continuidade."

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