Portugal revalidou o estatuto de "fazedor de gestores" por mais um ano, ao ver contempladas três escolas nacionais no Ranking Masters in Management 2023 do Financial Times (FT). A lista do jornal britânico, que distingue os cem melhores mestrados do mundo, classificou o programa curricular da Nova School of Business & Economics (Nova SBE) no top15, destacando no rol a Católica Lisbon School of Business (Católica-Lisbon) e o ISCTE Business School.
O FT baseia-se em 18 indicadores para classificar a qualidade do mestrado e da escola em três principais dimensões: progresso de carreira dos graduados, diversidade da escola e experiência internacional. Nestas áreas, encontram-se critérios como o aumento salarial após a formação, o vencimento atual dos alumni e a percentagem de corpo docente feminino, internacional e com doutoramento.
Das três escolas, a Nova SBE é a que mais se destaca: manteve a 15.ª posição do ranking, depois de a ter alcançado no ano passado, na sequência de uma subida de oito lugares. Face a 2022, o mestrado da universidade de Carcavelos registou uma melhoria de 25% no indicador referente ao salário anual, o seu nível de empregabilidade a três meses passou para os 97% e, no critério da pegada de carbono, afirmou-se como oitavo melhor. Além disso, conquistou o 13.º lugar no critério de mobilidade internacional de trabalho.
"A consolidação da vocação internacional da Nova SBE é uma realidade e não podíamos estar mais orgulhosos do caminho percorrido", diz Pedro Oliveira, diretor da instituição, citado em comunicado.
Não sendo esta a única distinguida, o líder salienta a oportunidade de criar "um cluster de educação" entre as principais escolas de negócios portuguesas, enfatizando o "papel fundamental" que têm "na alteração de mentalidades e na capacitação de jovens e de executivos, com as competências necessárias para o sucesso dos negócios e uma visão mais estratégica e informada sobre o que é necessário fazer".
Presente no ranking do Financial Times já há 13 anos, o mestrado em Gestão da Católica Lisbon School of Business and Economics voltou, em 2023, a reafirmar-se entre os 30 melhores do mundo, subindo dois degraus até à 26.ª posição - a mais alta de sempre. Desde 2021, esta universidade de Lisboa avançou 19 posições.
A taxa de empregabilidade superior a 90% nos três meses após a conclusão do mestrado, a elevada proporção de professores (40%) e alunos (93%) internacionais, assim como a subida média de salário de 55% em três anos, estão entre os principais fatores que contribuíram para os resultados alcançados pela escola de negócios.
A classificação no recém-introduzido critério da sustentabilidade (ESG), que avalia a proporção de horas de ensino dedicados à ética, questões sociais, ambientais e de boa governação, também ajudou: a Católica-Lisbon integrou o top 30 mundial neste parâmetro, obtendo a melhor classificação ao nível nacional.
"Este resultado inspira-nos a fazer mais e melhor para formar uma nova geração de líderes capazes de ser agentes de inovação e impacto positivo nas empresas e na sociedade", afirma Filipe Santos, reitor da Católica Lisbon School of Business and Economics, citado em comunicado.
O lugar conquistado este ano vem "validar a estratégia de nos afirmarmos pela qualidade e rigor do nosso conhecimento e aprendizagem, atraindo os melhores professores e alunos e sendo atualmente uma das melhores escolas de gestão do mundo", acrescenta o líder da universidade.
Em 2021 ocupava a 86.º posição do Ranking Masters in Management do Financial Times. Agora, o programa curricular da ISCTE Business School é considerado o 62.º melhor do mundo. Trata-se de uma subida de 24 posições desde então, que só este ano se refletiu num avanço de 12 lugares, fazendo desta a instituição portuguesa que mais ascendeu na lista.
Numa análise mais refinada, o FT colocou o mestrado em Gestão desta universidade no top10 na perspetiva de progressão salarial dos seus mestres (10.º lugar, juntamente com a HEC Paris) e no top 25 mundial em termos da relação qualidade-preço do respetivo programa - ao nível nacional, foi mesmo a escola que obteve melhor classificação neste indicador.
"A subida de 12 posições reflete o nosso compromisso com os estudantes, docentes, staff e parceiros e consolida a reputação internacional da ISCTE Business School como uma escola de referência para aqueles que procuram um ensino de excelência e uma progressão de carreira", refere Maria João Cortinhal, diretora da ISCTE Business School, citada em comunicado.
A dirigente enfatiza ainda o orgulho em "liderar em Portugal e de figurar entre os melhores a nível global no aumento percentual do salário" dos graduados, assim como na relação qualidade-preço do mestrado. "Estes feitos refletem a excelência que perseguimos diariamente e solidificam o nosso lugar de destaque" no ranking do FT, conclui.
Em termos globais, a lista do FT é liderada pela HEC Paris (França), University of St Gallen (Suíça), London Business School (Reino Unido), ESCP Business School (França)e Essec Business School (França). Ao nível da participação, França é o país que conta com mais escolas entre as cem melhores (19) e Espanha e Itália têm cinco e três mestrados representados, respetivamente.