Portugália está mais doce. Conheça o novo negócio da cervejaria

Grupo quer abrir até dez espaços em 2018, com um investimento de dois milhões. A aposta é na Manteigaria e na Portugália
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Se um dia destes estiver a comer um bife na Portugália e tiver como sobremesa um pastel de nata da Manteigaria não fique surpreendido: o Grupo Portugália comprou 85% da cadeia Manteigaria e quer expandir o conceito a novas localizações, incluindo uma segunda loja no Porto, já no verão. É um dos cinco a dez novos espaços que o grupo dono da Cervejaria Trindade, da Ribadouro, da Brasserie de L’Entrecote, do La Gamba e do Segundo Muelle quer abrir neste ano.

Uma aposta que deverá implicar um investimento entre 1,5 e 2 milhões de euros, criando entre 150 e 200 postos de trabalho. O grupo tem cerca de 800 trabalhadores e fechou o ano passado com 40 milhões de euros de faturação. Em 2018 antecipa um crescimento de 10%.

“No ano passado as vendas cresceram 18%, com a aquisição que fizemos da Manteigaria, em agosto”, revela Francisco Carvalho Martins, CEO do Grupo Portugália. A compra, cujo valor não revela, marca a entrada do grupo de restauração numa nova área de negócio. “Foi uma oportunidade que veio até nós e achámos que era um negócio interessante e que compunha bem o nosso portefólio de marcas, um conceito destes que tem uma capacidade de expansão muito interessante em Portugal e lá fora”, justifica. A próxima abertura poderá ser no Porto. “A única localização que temos contratualizada é para uma segunda Manteigaria no Porto, que poderá abrir em junho ou julho”, diz.

Manteigaria e Portugália são os conceitos em que o grupo vai apostar neste ano em termos de expansão: querem abrir até dez espaços, elevando para 50 o número de restaurantes/lojas do grupo. “Há duas grandes dificuldades na expansão deste negócio: localizações a preços geríveis e mão-de-obra. São os dois grandes constrangimentos com que nos deparamos neste momento”, afirma. “Dependendo de como estas variáveis correm ao longo do ano, a nossa estratégia vai ser mais ou menos agressiva”, diz.

Apesar de ser um grupo com o Portugal no nome e o país estar a viver um bom momento de good will no mercado externo, Francisco Carvalho Martins acredita que a “expansão internacional vai ser mais do lado da Manteigaria do que da Portugália. O anterior proprietário teve muitas solicitações”. De momento, a presença internacional do grupo português de restauração está circunscrita à Portugália em Macau, espaço com 70 lugares que abriu em 2015.

“O objetivo é fazer da presença em Macau um trampolim para o Oriente”, explica. “É expectável que venhamos a abrir uma segunda unidade Portugália ainda neste ano, e talvez uma terceira para lhe dar uma cobertura mais visível, mas depois a ideia é expandir. O mais natural é irmos para a China”, diz.

Em Portugal há planos firmes de crescimento por via das duas marcas. O La Gamba, conceito lançado há cerca de um ano no CascaiShopping, ainda está “numa fase de afinação [já mudámos a imagem e a ementa] até estarmos convencidos que ele está pronto para fazer o roll out”.

Quanto à marca Segundo Muelle, o primeiro conceito franchisado pelo grupo, de comida peruana, “há a intenção de termos um outro Segundo Muelle”, ou em Lisboa ou no Porto, mas “não é prioridade para 2018”.

Nos planos também não está retomar o conceito do Eatfish, onde investiram em parceria cerca de 300 mil euros, num novo local. O espaço, especializado em peixe fresco, localizado junto da Igreja de São Paulo (zona do Cais do Sodré, Lisboa), fechou no final do ano passado ao fim de sete meses. “Apostámos numa zona que vai ser excelente para este negócio daqui a três/quatro anos, mas fomos cedo demais”, justifica. “Não achamos que o problema tenha sido o conceito.”

(notícia atualizada 5 de fevereiro: corrige crescimento de faturação o ano passado para 18% e não 28% como era referido)

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