Presidente da REN diz que enterrar cabos elétricos não é solução para a saúde

A nova lei sobre as linhas de alta e muito alta tensão, deixa em aberto a hipótese de novas linhas subterrâneas. REN diz que é caro
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Rodrigo Costa, presidente executivo da REN, sublinha que enterrar linhas elétricas não é solução para responder às preocupações sobre saúde

Com a nova lei, a REN vai passar a enterrar cabos elétricos em novos traçados?

As regras introduzidas pela nova lei consolidam uma prática que já existe. Não houve nenhuma mudança. Portugal é um exemplo no que diz respeito a campos eletromagnéticos. Há especialistas que acham que a solução dos cabos enterrados, por exemplo, até pode ser mais perigosa para a saúde das pessoas do que um cabo que está a 15, 20 ou 25 metros de altura. Quanto ao futuro, não haverá uma alteração na forma como trabalhamos.

As novas regras para as linhas de alta tensão custarão mais ou menos dinheiro à REN?

A REN não tem nenhum interesse económico ou financeiro em deixar de fazer o que é melhor para as pessoas. Não é por custar menos que nós ganhamos mais. O interesse da REN está alinhado com o Estado e com quem licencia os traçados da rede elétrica. É o governo que define que tipo de infraestruturas fazemos: seguimos uma política energética, temos de apresentar um plano à DGEG, que vai a consulta pública e tem de ser aprovado pela ERSE. Não há qualquer questão perversa da empresa em ter vantagem. Fazer um cabo enterrado custa dez vezes mais, no mínimo. Ninguém vai querer fazer por 100 se puder fazer por 10, e ninguém vai fazer por 10 se souber que ao poupar pode estar a interferir com a saúde das pessoas. Nós, a DGEG, a ERSE e a secretaria de Estado da Energia, temos bem presentes estas preocupações.

Há linhas antigas que não cumprem as novas regras?

Há muitos anos, as regras eram completamente diferentes. Mas de há algum tempo para cá trabalhamos com muito cuidado em matéria de proteção das pessoas e bens. Hoje, quando construímos rede elétrica, temos normas e preocupações que vão para lá do que é exigido por quem licencia os projetos. Temos projetos que se atrasam quase indefinidamente por causa das dificuldades em fazer os licenciamentos. As normas que seguimos são muito exigentes.

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