Produção de Super Bock no Brasil arranca até ao fim do ano

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A Unicer quer vender 10 milhões de litros de cerveja no mercado

brasileiro no prazo de cinco anos. Para tal, e atendendo às elevadas

taxas aduaneiras que este país pratica, que fazem com que a cerveja

portuguesa lá chegue a "preços proibitivos", a empresa portuguesa

estabeleceu uma parceria local para a produção de Super Bock. O arranque

está previsto ainda antes do final do ano.

O Brasil será, assim,

o primeiro país onde a Unicer irá produzir cerveja fora da sua base

industrial de Leça do Balio, em Matosinhos. O novo CEO, João Abecasis,

reuniu hoje com jornalistas e explicou que o objetivo desta parceria com

a Riograndense, empresa de distribuição de alimentos e bebidas à qual

licenciou a produção de Super Bock, visa abastecer exclusivamente o

mercado brasileiro, já que os EUA e o Candá "continuarão a ser abastecidos a partir de Leça".

A Unicer vende atualmente cerca de 300 mil

litros de cerveja no Brasil, mercado com um enorme potencial, dado que o consumo total de cerveja é de 12 mil milhões de litros ao ano.

O segundo pólo industrial da Unicer fora de Portugal será em Angola, onde a empresa tem um projeto já há quase uma década para construir uma fábrica onde pretende produzir 120 milhões de litros de cerveja ao ano e que, assegura João Abecasis, "deverá estar a produzir em 2016".

Questionado sobre a situação deste projeto à luz dos recentes desenvolvimentos políticos em Angola, João Abecasis garante não ter sentido qualquer impacto do anúncio da suspensão da construção da parceria

estratégica com Portugal feito terça-feira pelo presidente José Eduardo

dos Santos, em Luanda.

"Não senti nenhuma diferença nas reuniões diárias que mantemos com os parceiros locais e no evoluir do projeto. As reuniões decorreram ontem e hoje como decorriam a semana passada", frisou João Abecasis.

Angola, diz, "é um mercado fundamental" para a Unicer, dado que é "um país jovem, positivo e em crescimento". Quanto à parceria estabelecida no país, "é a primeira grande jointventure que temos e tem o seu tempo de constituição, de crescimento e de maturação", sublinhou. São quatro os sócios locais, sendo que a Unicer detém 49% da Única.

Os trabalhos, garante, "estão a evoluir a bom ritmo" e o projeto está a avançar. "Vejo as autoridades angolanas a tratar este projeto com profissionalismo e com rigor e a tempo e horas", assegura.

Portugal e Angola são hoje, explicou o novo CEO, os "motores" de crescimento da Unicer. Mas a estes dois, a empresa pretende acrescentar outros, como Moçambique, a Arábida Saudita e o já referido Brasil. O objetivo é chegar a 2020 com uma faturação de mil milhões de euros, o que equivale a dizer que pretender duplicar as vendas nos próximos oito anos. A empresa fechou 2012 com vendas líquidas de 498 milhões.

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