Qualidade de vida. Viena há quase uma década no topo da tabela

Lisboa desceu uma posição no 'ranking' de 2017 da Mercer, para o 43º lugar.
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Foi esta terça-feira revelado o 19º estudo anual Mercer - Qualidade de Vida, referente a 2017. Sem surpresa, Viena volta a encabeçar a lista das cidades com maior qualidade de vida a nível mundial, seguida de Zurique, na Suíça, e de Auckland, na Nova Zelândia. O top 3 mantém-se inalterado desde 2012, altura em que a cidade suíça de Genebra cedeu o seu terceiro posto, caindo cinco posições na tabela, para o número 8. A capital austríaca mantém-se no primeiro lugar desde 2009, ano em que ultrapassou a liderança a Zurique.

As cidades de língua germânica continuam em destaque no top 10, que é composto por três cidades alemãs e três suíças, para além de Viena. A Europa é responsável por oito posições na liderança. Ásia e África não estão representadas na lista das cidades com maior qualidade de vida. Em sentido inverso, Bagdade, no Iraque, mantém-se na última posição, lugar que ocupa há vários anos, seguida de Bangui, na República Centro-Africana, e de Sana'a, no Iémen.

Lisboa cai um lugar, em relação ao ranking de 2016, para o 43º posto, imediatamente à frente de Nova Iorque (44ª posição) e de Edimburgo (45ª), e acima de Madrid e Roma. A capital portuguesa mantém-se atrás de Londres, Paris e de Bruxelas que, apesar do seu 27º lugar, caiu seis posições na tabela devido aos atentados terroristas sofridos no ano passado. Também Paris tinha sofrido uma queda de dez posições em 2016, para o 37º posto, pelas mesmas razões. As cidades europeias menos bem posicionadas são Minsk, na Bielorrússia, em 188º lugar, e São Petersburgo, na Rússia, e Tirana, na Albânia, ambas no 176º posto.

"Lisboa tem-se posicionado num número relativamente estável devida a fatores que valorizam a cidade, como a segurança e o clima. Não é uma cidade com desastres naturais ou registo de ataques terroristas", explica ao Dinheiro Vivo Tiago Borges, responsável da área de Career na Mercer Portugal, que acrescenta que, ainda assim, há fatores que prendem a capital portuguesa num nível intermédio. "A nível de infraestruturas, por exemplo, temos um aeroporto mais fraco que o de outras capitais europeias. Ou a nossa oferta médica que, sendo boa, podia estar melhor. Ou ainda a oferta cultura, que ainda é um pouco fraca".

O estudo anual da Mercer é composto recorrendo às avaliações que a empresa realiza às cidades, para analisar os seus níveis de qualidade de vida. Os dados servem para que municípios e governos possam melhorar aspetos que estejam menos positivos e também para as empresas avaliarem a entrada em mercados estrangeiros e saberem o pacote de incentivos a atribuir a funcionários expatriados.

“A instabilidade económica, a insegurança social e a crescente turbulência política são elementos que dificultam ainda mais o difícil desafio que as empresas multinacionais enfrentam quando analisam a qualidade de vida da sua força de trabalho expatriada”, refere Diogo Alarcão, CEO da Mercer Portugal, em comunicado. “Para as multinacionais e para os governos é essencial que toda esta informação referente à qualidade de vida seja objetiva, detalhada e fiável. Não só permite às empresas definirem políticas de compensação adequadas, como fazer uma análise do ambiente que os expatriados vão encontrar nas cidades de destino” conclui.

Este ano, a Mercer decidiu avaliar de forma individual a qualidade das infraestruturas das cidades. Para a elaboração do ranking, estiveram em causa fatores como a facilidade do acesso à rede de transportes, a fiabilidade dos serviços de energia fiáveis e a existência de água potável. São ainda avaliadas as telecomunicações, o tráfego e congestionamento automóvel, bem como a variedade de voos internacionais a partir dos aeroportos locais.

A lista das infraestruturas é encabeçada por Singapura, seguida de Frankfurt e Munique, ambas em segundo lugar e seguidas de Copenhaga, na Dinamarca. Nos últimos lugares encontram-se Port-au-Prince, no Haiti, e logo depois Bagdade e Sana'a. Lisboa encontra-se em 60º lugar, encontrando-se acima de cidades como Lyon (67º) ou Roma (73º).

“A infraestrutura de uma cidade, ou a falta dela, pode afetar consideravelmente a qualidade de vida que os expatriados e as respetivas famílias usufruem diariamente. O acesso a uma variedade de opções de transporte, o acesso a eletricidade e a água potável estão entre as necessidades essenciais dos colaboradores expatriados que vão trabalhar para uma nova cidade. Uma infraestrutura bem desenvolvida pode ser uma vantagem competitiva importante para as cidades ou municípios que querem atrair empresas multinacionais e investimento estrangeiro”, afirma Tiago Borges.

Conheça na galeria os países que ocupam o top 10 do estudo anual Mercer - Qualidade de Vida 2017.

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