Reações dos políticos alemães às projeções eleitorais

A ascensão da extrema-direita ao Parlamento nacional está a marcar o panorama poítico deste domingo na Alemanha
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É um "dia amargo" para a social-democracia alemã, disse este domingo, Martin Schulz, que considerou "especialmente deprimente" o recrudescimento da extrema-direita alemã, com o AfD a conseguir entrar no Parlamento nacional com 13,5% dos votos estimados. "Este é um ponto de viragem. O facto de termos recebido mais de um milhão de refugiados está, ainda, a dividir o país. O que, para alguns, foi visto como um ato de humanidade, é, para outros, ameaçador. Não conseguimos convencer todos os nossos eleitores que a Alemanha é suficientemente forte para não deixar ninguém para trás", sublinhou Shulz em reação às projeções eleitorais.

Já Manuel Schwesig, vice-presidente do SPD, assume que o partido sofreu uma "pesada derrota", mas, garante, "para nós, a grande coligação [com a CDU] termina hoje. Seremos oposição, tal como decidido pelos eleitores".

Alexander Dobrindt, da CSU, até aqui parceira de coligação de Angela Merkel, declarou: "Acho que esta é uma noite eleitoral amarga para todos os elementos no governo, mas acho que ainda é muito cedo para tirar conclusões como as do SPD".

O líder parlamentar da CDU, os conservadores de Angela Merkel, afirmou à estação de televisão ARD que o partido atingiu o seu objetivo que era vencer as eleições. "Estamos mandatados para liderar o próximo governo", sublinhou Volker Kauder.

"Temos de aceitar a escolha dos eleitores, eles [a Afd] são, agora, um partido com assento no parlamento. Mas aviso já que se enveredarem por um discurso racista, iremos repudiá-lo vivamente", prometeu o deputado do SPD, Thomas Oppermann, em declarações à ARD. O líder parlamentar lembra que Martin Schulz começou o processo de renovação do partido no congresso do SPD em março e que esse processo irá continuar. "Ganhamos juntos, perdemos juntos", sublinhou, quando questionado se Martin Schulz deveria manter-se à frente do SPD.

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