A Sacyr Vallehermoso anunciou hoje que deixará de estar cotada na Euronext Lisboa a partir do próximo dia 10 de abril (inclusive), onde negociava desde julho de 2004, como consequência da fraca liquidez registada pelos títulos.
Questionada pelo Dinheiro Vivo, fonte da construtora espanhola justificou esta saída do mercado de capitais com "o fraco ou quase inexistente movimento de ações da empresa no mercado lisboeta".
A integração da Somague, que controla totalmente, poderá também ter pesado nesta decisão, segundo noticiaram hoje vários meios de comunicação espanhóis.
Questionada sobre a intenção de vender a construtora portuguesa, fonte da Sacyr garantiu que: "Não, a Somague é uma empresa muito importante no grupo, que desenvolve os seus negócios em Portugal, Brasil, Angola e Cabo Verde. Além disso, também desenvolve projetos importantes no Canal do Panamá".
No dia 20 de dezembro do ano passado, a situação financeira da Sacyr, classificada como delicada, levou a construtora a vender a sua participação na petrolífera Repsol. Um dia antes de vencer um empréstimo de 4,9 mil milhões de euros, a petrolífera acordou a compra de 10% das acções detidas pela Sacyr na Repsol, que assim passam a acções próprias.
Hoje, a situação parece ser diferente. "A situação financeira do Grupo Sacyr é boa. A margem EBITDA [equivale ao EBITDA dividido pelo volume de negócios] está a crescer e a dívida tem vindo a ser reduzida", garantiu fonte da construtora espanhola.
Questionada sobre a possibilidade de a Sacyr vir a pagar dividendos, a mesma fonte revelou que "o conselho de administração ainda está a analisar esse assunto e, tal como já tinha sido anunciado no mês passado pelo presidente, o grupo está também a considerar um aumento de capital por incorporação de reservas [apenas se reforça o capital social da empresa por contrapartida de uma diminuição das suas reservas]".