Os sindicatos bancários afetos à UGT consideraram hoje que o acordo que o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) fez com a banca para aumentos de 3% este ano é uma traição aos bancários..O SNQTB anunciou na segunda-feira que chegou a acordo com o grupo negociador da banca para revisão das tabelas e cláusulas de expressão pecuniária em 3% este ano..Em comunicado, os sindicatos bancários afetos à central sindical UGT disseram que hoje, em reunião, recusaram a proposta de 3% (acima da anterior proposta da banca de 2,5%) e consideraram que o SNQTB aceitar esse valor é “trair os bancários”..“Que a banca tenha este comportamento é uma vergonha. Mas que um sindicato faça o mesmo é mais do que uma cedência às entidades patronais, é dividir os sindicatos, enfraquecer a luta de todos e pactuar miseravelmente com os patrões para empobrecer os bancários no ativo e reformados”, lê-se no comunicado hoje divulgado por Mais sindicato, SBN e SBC..Os sindicatos ligados à UGT consideraram ainda que com este acordo o SNQTB e a banca "rompem com uma prática de décadas" pois no cálculo dos aumentos deste ano contabilizam a inflação prevista para este ano em vez da inflação do ano passado, como era o pressuposto habitual. Além disso, afirmam, o acordo faz "tábua rasa dos muitos milhões de lucro que os bancos vêm acumulando"..Contactado pela Lusa, o presidente do Mais Sindicato, António Fonseca, disse que respeita que cada sindicato tenha a sua individualidade na ação e decisão, mas vincou que o acordo feito pelo SNQTB contraria tudo o que este vinha fazendo e anunciando..“É uma grande traição aos bancários. Numa reunião em que todos os sindicatos estiveram sentados à mesma mesa o SNQTB levou uma proposta de greve de três dias, depois pediram aumentos de 5,8% à porta do BCP [em manifestação]. Poucos dias depois aprovam aumentos de 3%. É uma grande traição aos bancários e compromete as negociações dos restantes sindicatos”, afirmou o dirigente sindical à Lusa..Para António Fonseca, com base no lucro dos bancos dos últimos anos e na perda de poder de compra dos bancários, este acordo “é desajustado” e “um duro golpe nas negociações”..No comunicado em que anunciou o acordo, na segunda-feira, o SNQTB considerou que o acordo foi conseguido "após um crescendo de intervenção" pela sua parte e dos seus sócios "que culminou com a manifestação da passada quarta-feira durante a assembleia geral do BCP"..O acordo de atualizações salariais feito pelo SNQTB é com os bancos que subscrevem o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do setor bancário (são cerca de 20, caso de Santander Totta, Novo Banco e BPI), que têm uma mesa comum de negociação salarial..Há, contudo, bancos que têm contratação coletiva própria, caso da CGD e do BCP que propõem 3,59% (média ponderada) e 2,25%, respetivamente.