SkyEye: a start-up que quer democratizar as imagens aéreas

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Com poucos meses de vida, a start-up SkyEye já foi responsável pela recolha de imagens aéreas para o Relatório & Contas da EDP e para anúncios da McDonald's e da Opel. No passado fim de semana, fizeram a cobertura aérea do festival Optimus Alive para a RTP.

Hoje, no Estádio Municipal de Oeiras, apresentaram-se oficialmente ao mercado, com uma demonstração dos seus drones (veículos aéreos não tripulados) e câmaras.

A SkyEye lançou-se este ano no mercado português, oferecendo um serviço de recolha de imagens aéreas. Com base num investimento inicial de 150 mil euros, maioritariamente financiado pela eggNest, a SkyEye juntou três pequenas aeronaves telecomandadas - também conhecidas por drones - a uma coleção de câmaras que permite uma qualidade de imagem ao nível do que se usa no cinema de Hollywood e a tecnologia de ponta, para garantir a sua transmissão em tempo real.

Para já, o objetivo desta start-up é conquistar o sector do entretenimento e da comunicação, colaborando em filmes, anúncios e reportagens. A médio prazo, querem prestar serviços a outros sectores, prestando apoio no controlo de território (incêndios, estradas, fronteiras, etc.), na produção agrícola ou na inspeção de edifícios e infraestruturas industriais.

David Mota, "managing partner" da SkyEye, destaca os fatores que melhor caracterizam a sua empresa: «A recolha de fotografias e vídeos aéreos a partir de plataformas estáveis e em voo já é possível há muito tempo, mas a nossa aposta é sobretudo na qualidade e flexibilidade do serviço: o facto de sermos nós a operar os drones traz uma grande simplicidade logística e financeira ao cliente. Ele gasta menos tempo, antes e durante as filmagens, e também muito menos dinheiro do que se recorresse a um helicóptero convencional ou a uma grua com câmaras. Além disso, estes aparelhos trazem uma grande versatilidade porque podem circular a muito baixa altitude e permitem planos de voo e ângulos de imagem muito mais arrojados do que antes».

A SkyEye foi criada no início de 2012. Primeiro, quiseram apostar em tecnologia portuguesa para lançar o projeto do "olho no céu", mas esta revelou-se em estado prematuro. Seis meses e vários drones despenhados depois, David Mota tinha três cenários: esperar que a tecnologia portuguesa se consolidasse, incorporar tecnologia de outros países ou esquecer o projeto SkyEye e partir para outra. O sonho de ter uma empresa de referência em Portugal para a captação de imagens aéreas e a resiliência do empreendedor de apenas 24 anos ditaram que prevalecesse o segundo cenário. "Fui atraído pelo facto de se tratar de uma tecnologia disruptora com um âmbito de aplicação muito extenso e pelos argumentos óbvios a favor da sua utilização: poupa tempo e dinheiro e permite fazer muito mais coisas. Sempre acreditei no potencial tremendo do projeto. Apesar das dificuldades, não estava preparado para desistir".

Tomada a decisão, foram encomendadas componentes tecnológicas de diferentes países, que seriam integradas pelos técnicos da SkyEye.

O equipamento chegou no inverno. Para o jovem gestor, que nunca antes se tinha interessado por aeronaves telecomandadas ou por fotografia e vídeo, foi uma desilusão perceber que não poderia operar com chuva ou ventos superiores a 25km/hora. David Mota concentrou-se, então, em ultrapassar problemas técnicos e formar equipas, para que a SkyEye estivesse 100% operacionais mal o tempo mudasse.

No final de janeiro de 2013, a preparação foi finalmente recompensada com um pedido que deixaria qualquer start-up orgulhosa: fazer a recolha de imagens aéreas para o mais recente Relatório & Contas da EDP.

Desde então, o portefólio da SkyEye conta já com as imagens para anúncios publicitários (da McDonald"s e do Opel Cascade), diversos vídeos promocionais de unidades hoteleiras (Pestana, Heritage, Vila Park, etc.), a cobertura de eventos como a Red Bull Kart Fight ou o festival Optimus Alive, do qual fizeram transmissões em directo para a RTP, ou ainda fotografias áereas de grandes obras para clientes como a Edifer, Monte Adriano, Conduril, o Grupo Auchan ou a Etermar.

Em 2014, a SkyEye quer crescer em Portugal, mas já pensa em dar os primeiros passos nos mercados de Brasil, Angola e Moçambique. Após 2014, o Norte de África e o Médio Oriente também estão no plano de negócios.

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