O grupo químico Solvay vai continuar a apostar no mercado português e a investir nas unidades de água oxigenada e clorato de sódio da fábrica de Santa Iria de Azóia, prevendo faturar 20 milhões de euros em 2016.
"Estamos em Portugal para ficar e reafirmamos a aposta no mercado nacional, ao investir nas unidades produção de peróxido de hidrogénio (água oxigenada) e clorato de sódio de Santa Iria de Azóia, situada a cerca de 10 quilómetros de Lisboa", disse à agência Lusa o diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Solvay Portugal, Mário Branco.
A Solvay, que está em Portugal há 80 anos, investiu desde 2014 no nova reorganização da fábrica, para modernizar e potenciar as suas unidades, únicas no país a fazer água oxigenada e clorato de sódio, num montante que somará os seis milhões de euros.
Em 2013, o grupo belga Solvay teve de encerrar as unidades de produção de carbonato de sódio e derivados (bicarbonato e silicato) na fábrica da Póvoa de Santa Iria, no conselho de Vila Franca de Xira.
Esta decisão justificou-se por razões relacionadas com a crise económica que se instalou na Europa, em particular nos países do sul, e que originou um excesso de oferta no mercado, levando a uma reestruturação de todo o negócio de carbonato de sódio nestas nações do mediterrâneo, esclareceu o responsável.
"Na altura, tratou-se de um reajustamento da Solvay Portugal ao mercado e não de um desinvestimento", explicou à Lusa o porta-voz, adiantando que o grupo vai fechar este ano com uma faturação de 16 milhões de euros e espera alcançar 20 milhões em 2016.
Com o encerramento das unidades de produção de carbonato de sódio e derivados em Santa Iria de Azóia, a Solvay está a aproveitar os hectares libertados para criar um polo tecnológico, abrindo o perímetro industrial a outros parceiros.
Após uma fase inicial de desativação e limpeza dos materiais e de as unidades produtivas fabris terem sido desmanteladas, segue-se agora a remoção efetiva das grandes estruturas, processo que estará totalmente concluído até meados do próximo ano.
"O processo de reestruturação do complexo fabril permitiu libertar várias naves industriais, armazéns e escritórios. Está tudo a ser preparado para criar um Pólo Tecnológico nos terrenos da Solvay, onde se poderão instalar diversas empresas (industriais, de serviços e 'startups' tecnológicas) que beneficiarão do que o grupo em Portugal põe à sua disposição, nomeadamente, fornecimento de energia, água industrial, redes informáticas e da localização estratégica", sublinhou à Lusa o porta-voz.
O grupo que espera investir mais três milhões de euros em 2016, em dois centros de trabalho no país, sendo que um deles é um centro europeu de serviços partilhados, em Oeiras, Carnaxide, que trata das áreas das finanças, compras e dos recursos humanos.
Este centro presta serviços aos clientes internos do grupo Solvay distribuídos por toda a Europa e emprega atualmente 300 colaboradores.
Entretanto, como o grupo Solvay vai adquirir, por 5.000 milhões de euros, a norte-americana CYTEC, especializada em materiais compósitos para a indústria automóvel e aeronáutica, o porta-voz admite que o centro europeu de serviços partilhados, em Oeiras, tenha a "possibilidade" de poder vir a recrutar novos colaboradores.
A fábrica da Solvay em Santa Iria de Azóia emprega atualmente um total de 80 trabalhadores, dos quais 60 estão ligados ao processo de produção do grupo químico belga no país.