Star Alliance: Não é a propriedade do capital que determina crescimento de uma companhia aérea

Mark Schwab acompanhou a privatização da TAP "com interesse". O presidente da Star Alliance, o grupo que junta 27 companhias aéreas de todo o mundo - a TAP desde 14 de março de 2005 -, diz que a companhia aérea nacional é um bom parceiro e confidencia que a sua venda despertou a atenção por ser um negócio interessante para quem está no setor.
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"Ficámos felizes por ver tanto interesse em participar no processo de venda da TAP. Tenho a certeza que todos os potenciais interessados na aviação portuguesa olharam para o valor da TAP e para o seu potencial, bem como a participação na Star Alliance", referiu ao Dinheiro Vivo durante o encontro de Presidentes da Star Alliance a decorrer em Varsórvia.

Mas não é só: "A TAP tem uma rede muito importante no Brasil, um serviço mais regional com peso na Península Ibérica e ainda as ligações a África que são únicas", recordou.

Desde de 2012 que Schwab assistia ao plano do Governo de Passos Coelho para alienar a TAP. E, a esse propósito, falou "várias vezes com Fernando Pinto sobre as implicações da venda, tendo acompanhado todo o processo "com muito interesse".

Em todo o caso, não acredita que a posse de uma companhia aérea seja determinante para assegurar ou atrasar o seu crescimento. "Eu acho que a verdadeira questão não tem tanto a ver com a posse de uma companhia aérea, mas com a nova realidade que as companhias enfrentam e que têm a ver com a competição a que estão sujeitas. Se a companhia e a estrutura de posse não permite crescimento é necessário encontrar-se uma nova condição".

Mas há exemplos, diz, de situações em que os Estados são compatíveis com concorrência, bons resultados, e crescimento. "Não acho que a posse de uma companhia seja, de facto, determinante porque temos muitos exemplos em que companhias estatais tiveram capacidade para fazer o que precisavam de fazer. Vejamos o caso da Turkish Airlines que é detida pelo Estado", sugere. "Tudo depende da forma como os Governos gerem essa posse", completa.

Seja como for, "a presença da TAP na aliança é importante e é para manter", refere Schwab, lembrando que este ano, está a ultimar-se a entrada da Avianca Brasil no grupo e que, já se iniciaram conversações com a direção da Azul, a empresa fundada por David Neeleman, para uma possível entrada. Esta só deverá, no entanto, acontecer dentro de um ano, tendo em conta que para a Avianca foram precisos 18 meses de negociação.

Em declarações ao Dinheiro Vivo, José Efromovich mostrou-se satisfeito com a entrada no grupo e promete completar os serviços aéreos dos novos parceiros no Brasil. A Avianca Brasil tem uma quota de mercado de 9,4% enquanto a Azul ronda os 16%. Para Mark Schwab, "juntas formam uma rede muito completa", mas para já apenas uma coisa é certa: "é do interesse da Star Alliance que haja duas companhias parceiras na Star Alliance. Os nomes ainda estão por fechar."

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