Sueca IFS vai crescer 30% em Portugal

Em entrevista ao Dinheiro Vivo, o diretor-geral da IFS Ibérica garante que a empresa de software vai continuar a contratar.
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A IFS, fornecedora de soluções de software para empresas, deverá crescer 30% este ano em Portugal, onde tem vindo a reforçar a equipa. Um crescimento que está acima da média do grupo sueco, que tem aumentado a sua faturação na ordem dos 9% ao ano.

“Temos a expectativa de fechar o ano com um crescimento de 30% em relação ao ano anterior, o mesmo que crescemos em 2015”, diz em entrevista ao Dinheiro Vivo Gustavo Brito, diretor-geral da IFS Ibéria, à margem da conferência mundial do grupo, que decorreu em Gotemburgo, na Suécia. “Como somos mais pequenos há mais espaço para crescer e estamos a conseguir ter esse crescimento de forma muito rápida”, acrescenta o responsável da empresa, que chegou a Portugal em 2000 e tem a SAP como principal concorrente.

“As empresas portuguesas e espanholas conseguiram, nos últimos anos, sobreviver à crise e tornaram-se mais fortes, mas como empresas não investiram nem em novo software, nem na atualização dos sistemas que tinham. Esse investimento está a ser feito agora”, explica.

A tecnológica tem a Bial como um dos principais clientes em território nacional e o ano passado fechou contrato com a Dan Cake. A Oriflame e o grupo Ortigão Costa são outros dos clientes que a IFS tem em Portugal. Ao todo, a empresa conta com 70 a 80 clientes no mercado ibérico e uma equipa de 50 pessoas, que funciona de forma integrada mas tem vindo a reforçar a operação em Portugal embora a equipa seja pequena. “Continuamos a fazer projetos com equipas mistas, dos dois países, e temos contratado pessoas em Portugal para termos equipas independentes e contar o menos possível com Espanha”.

A atividade em Portugal representa 25% do total da operação ibérica, mas Gustavo Brito não têm “preconceitos” com a operação portuguesa vir a ser maior do que a espanhola. “Espanha cresce ao mesmo ritmo por isso, para já, este peso vai manter-se”, mesmo com um ritmo de captação em Portugal de dois a três clientes por ano.

O gestor, de origem brasileira, não esconde o “carinho por Portugal”, o que tem levado a um maior investimento. “Reconheço que tenho uma certa aproximação cultural por Portugal, tenho investido mais e se a operação em Portugal ficar maior do que a de Espanha não há problema”, afirma, apesar de trabalhar fisicamente na sede ibérica da IFS, em Madrid.

O crescimento pode ser feito através da indústria 4.0, que Gustavo Brito vê como uma oportunidade que a IFS pode agarrar. “Temos um produto que encaixa nessa necessidade”, diz.

A IFS tem comprado, em média, uma empresa por ano e vai manter essa estratégia de aquisições a nível global. O foco será sobretudo nos Estados Unidos mas não estão excluídas aquisições na Europa. Questionado sobre se existem oportunidades de negócio em Portugal, Gustavo Brito escusa-se a comentar geografias em particular mas também não afasta essa possibilidade. “Este ano a aquisição foi feita em fevereiro, talvez ainda tenhamos tempo de fazer outra compra”, diz.

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