Sem contrato nem pagamentos mensais. É isto que os alemães da SumUp, uma startup de pagamentos nascida em Berlim, querem trazer para o mercado português. Trata-se de uma alternativa aos terminais de pagamento nas lojas e é especialmente vantajosa, diz a fabricante, para pequenas e médias empresas.
“É mais barato que ter um terminal PoS [point of sale]”, diz ao Dinheiro Vivo Gunnar Hartmann, responsável sénior de desenvolvimento de negócio da SumUp. A startup cobra uma taxa fixa de 2,75% e tem várias modalidades de uso. Uma é o leitor de cartões com bateria recarregável, SumUp Air, que em Portugal custará cerca de 97 euros (está agora com preço promocional de 47 euros).
“Se for a um fornecedor de terminais tradicionais, vai dizer-lhe que não quer saber de nada que seja transações abaixo de 50 mil euros por ano. Não é o seu alvo”, refere Hartmann, explicando porque é que considera que o segmento das PME não está a ser bem servido pelos fornecedores.
Com 550 funcionários espalhados por mercados estratégicos, a SumUp está a fazer parcerias com diversas instituições financeiras, incluindo o banco BBVA. Abriu também representação em Portugal, com um site dedicado e suporte em português. O intuito será conquistar aqueles negócios que desistiram de oferecer pagamentos com cartões de débito ou crédito devido aos custos associados. Pensem em cabeleireiros, cafés, retrosarias e outras pequenas lojas a quem não compensa suportar um terminal de pagamento automático, obrigando os clientes a irem levantar dinheiro se não souberem antecipadamente que não dá para pagar com cartão.
“Conseguimos aceitar pagamentos de cartões com chip, banda magnética ou contactless”, indica Hartmann. “As PME podem conectar-se ao nosso terminal através de uma app, seja Android ou iOS. A vantagem é que não há custos mensais nem contratos anuais, apenas uma comissão fixa por transação.”
Além disso, diz Hartmann, alguns negócios têm picos de atividade que não justificam ter um terminal durante todo o ano. “Quando se trata de um negócio sazonal, a empresa não terá de pagar quando não precisa do sistema de pagamento”, explica. Se a empresa depois quiser crescer, a SumUp tem também uma solução de retalho com um iPad, impressora e terminal, a que chama de “Air Register.” É algo semelhante ao que se vê nos Estados Unidos com a Square, mas com algumas diferenças.
Por exemplo, a Square não permite aceitar pagamentos fora do mercado onde a conta está registada. Gunnar Hartmann frisa aqui a distinção: “O que pode fazer connosco é usar a sua conta em qualquer lado do mundo. É global."
Um dos focos é, por isso, ter uma plataforma aberta com interfaces aplicacionais para terceiros. “Temos API e SDK abertos para que possam implementar o nosso sistema de checkout no seu sistema. É possível usar isto sem a nossa app, por exemplo com um parceiro”, adianta o responsável.
Em setembro, a SumUp lançou-se em mais 15 mercados e elevou para 31 o número de países onde opera, incluindo Portugal. A startup tornou-se rentável recentemente, com cerca de 100 mil transações com cartão por dia e 100 milhões de dólares de receitas anuais. Todos os dias angaria dois mil novos clientes, segundo indicam os responsáveis.
Além das PME, que são talvez o alvo mais apetecível num mercado como o português, a SumUp também tem uma estratégia para ganhar grandes empresas e trabalha com grandes clientes corporativos, como é o caso da Tupperware e da DHL. Se uma destas empresas precisar de 10 mil novos aparelhos e os fornecedores de terminais cobram uma comissão mensal, a SumUp aparece com economias de escala que fazem sentido.
Acena também com flexibilidade. “Oferecemos uma forma simples de começar, e se precisar de algo mais profissional, somos o parceiro de pagamento e eles podem usar um sistema mais completo de terceiros”, continua Hartmann. “Podem implementar a nossa tecnologia num website para oferecer uma forma de pagamento com cartão de crédito. É omnicanal, multicanal, offline e online”, resume. A SumUp faz o processamento, tem contratos com os fornecedores e a empresa cliente não tem de lidar com mais ninguém. “É fácil de começar e de parar.”