Ele vai buscar as chaves de sua casa, entra, acende a lareira, põe.a mesa, escolhe a música, acende velas, faz e serve o jantar vestido.a rigor, arruma a cozinha e quando sai é como se o jantar não.tivesse acontecido. Os clientes confiam nele e essa foi a relação.de negócio que Guilherme Bilbao Burguete quis manter desde que em.abril se tornou mordomo. .Guilherme, de 27 anos, estudou Gestão Hoteleira - passou pelo.Ritz e pelo Sheraton, pelo Restaurante Tavares Rico. Quando embarcou.para São Paulo, onde trabalhou na Casa Fasano, percebeu que o seu.lugar era em Portugal. "Percebi que precisava da minha família e.de fazer alguma coisa pelo meu país. Há dois anos, voltei para.Lisboa e comecei a pensar no que podia fazer.".De volta, depois da experiência numa das mais reconhecidas.empresas de eventos do Brasil, começou a trabalhar no restaurante do.Centro Cultural de Belém e a organizar festas numa casa da família.no Meco. Mas com o trabalho a multiplicar-se depressa entendeu que.teria de abdicar de algumas noites no restaurante. "Em 2013,.percebi que os jantares que fazia fora dali eram mais rentáveis e me.davam mais prazer e isso levou-me a pensar na possibilidade de poder.só fazer esses três ou quatro jantares por semana." .Foi então que se decidiu. Entre setembro e outubro dedicou todo o.tempo que tinha ao negócio e, com 2500 euros que tinha guardados,.abriu a The Lisbon Butler. Aproveitou os contactos com clientes que.já tinha e começou a organizar jantares e eventos, vestindo a pele.de um mordomo. ."Tenho pessoas que só me querem a servir, outras que só querem.que ponha a mesa ou faça o jantar. Os serviços dirigem-se sobretudo.a clientes urbanos, que deixaram de ter tempo e paciência para fazer.jantares em casa, mas podem adequar--se a tudo. O Lisbon Butler é a.possibilidade de voltar a receber em casa. As pessoas deixaram de.poder ter empregados internos, como havia em casa dos avós. Este.projeto permite novamente receber sem preocupações e trabalho." .Entretanto, Guilherme Burguete já se aventura em eventos maiores:.este mês organizou um jantar do Dia dos Namorados para seis.turistas, com direito a pianista, numa casa alugada em Cascais.."Quando são estrangeiros tento fazer comida portuguesa. Enchidos,.queijos, sobremesas tradicionais. E há sempre um segredo. O giro é.dar de mim mas também dar aos clientes o fator surpresa, um pouco de.magia.".Os desejos ficam a cargo do cliente, desde que se realizem entre.Lisboa e Cascais. E já há planos para o verão: ser mordomo numa.casa de férias no Algarve durante um mês.RetratoGuilherme organiza, em média, três jantares por semana. Este.ano, começou a diversificar o negócio criando uma espécie de cabaz.por altura do Dia dos Namorados. Um jantar com mordomo custa, em.média, 25 euros por pessoa. As ementas são escolhidas na altura. O.mordomo garante sempre uma surpresa: um regresso ao passado mas com.os olhos apontados ao futuro.