Pessoas com mais de 60 anos trabalham mais afincadamente

Estudo "Ética e Diversidade Geracional no Trabalho" revela que os jovens entre os 18 e os 24 anos sentem pressão para mostrar o que valem em virtude da sua idade e as pessoas com mais de 60 anos acreditam que têm de superar as expectativas que os outros têm de si.
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A população mundial está a envelhecer e em 2050 prevê-se que a "a população mundial de idosos terá mais do que duplicado, passando para 2,1 mil milhões", de acordo com a Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030). Um facto que já causa alterações no mercado de trabalho.

Para trazer alguma luz sobre a realidade nacional, o Fórum de Ética da Católica Porto Business School levou a cabo o estudo "Ética e Diversidade Geracional no Trabalho", que, de acordo com Helena Gonçalves, coordenadora do fórum, surge também para "apoiar as organizações na identificação de oportunidades".

O relatório - que obteve 1074 respostas válidas - foi levado a cabo com base na premissa de que "uma empresa que tenha uma percentagem de trabalhadores com 50 ou mais anos, 10% superior à média, é 1,1% mais produtiva", segundo um relatório da OCDE, de 2020, e também pela pouca informação que existe sobre esta realidade em Portugal.

E o que se pode concluir no nosso país? Que uma em cada duas pessoas sente-se mais nova do que a sua idade biológica e pouco mais do que 10% sentem-se mais velhas do que efetivamente, por exemplo. Mais detalhado, explica o relatório, "uma em cada duas (49%) pessoas da Geração X (45 a 59 anos) sente-se mais nova do que a sua idade real. A geração Z (18 a 24 anos) é a geração das pessoas que se sentem mais velhas (22%) do que a sua idade biológica".

Já no que diz respeito ao trabalho, a maioria (95% ou mais) dos inquiridos considera-se capaz de responder eficazmente às exigências do seu trabalho, sejam elas físicas, mentais, relacionais ou tecnológicas. Neste ponto, de frisar que 27% dos participantes afirma ter de provar com frequência que não se encaixa em imagens negativas associadas aos trabalhadores da sua idade, sugerindo a existência de estereótipos em relação à idade.

Ainda no campo do trabalho, são os mais jovens quem se reocupa com todas as questões laborais relacionadas com a idade (as que foram abordadas e realizadas para levar a cabo este estudo). Perante este dado, os responsáveis pelo estudo consideram importante destacar que "70% dos participantes deste estudo que pertencem à geração Z afirmam ter sentido pressão para superar ideias feitas sobre as capacidades subjacentes à sua idade e 48% (quase metade) revelam ter sentido a necessidade de provar que o seu desempenho profissional não se encaixa nas imagens negativas associadas aos trabalhadores da sua idade".

Assim, revela em jeito de conclusão final, o estudo "Ética e Diversidade Geracional no Trabalho", que a atenção que tem de se prestar às gerações mais novas tem de ser prestada aos trabalhadores mais velhos. E isto porque, a maioria dos jovens entre os 18 e os 24 anos "sentem pressão para mostrar o que valem em virtude da sua idade". Da mesma forma que as pessoas com mais de 60 anos trabalham mais afincadamente "para superar as expectativas que as pessoas têm de si, enquanto representantes de uma geração".

Mas, no entanto, revela o relatório "apenas uma em cada três pessoas das gerações entre os 25 e os 60 anos está preocupada com questões laborais relacionadas com a idade (Geração X (32%) e Y (35%)".

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