A empresa estatal ucraniana Ukrhydroenergo, que administra as centrais hidrelétricas do país, previu esta segunda-feira que a construção de novas instalações em Kakhovka pode prolongar-se por mais de sete anos e custar cerca de 900 milhões de euros.
Segundo Igor Sirota, diretor-geral da Ukrhydroenergo, os prazos para a construção da nova central onde se encontrava a represa que foi danificada em junho - e com as partes no conflito a dirigem acusações mútuas -, está dependente do processo de "desocupação" russa.
"Estamos a trabalhar com o Instituto de desenho no desenvolvimento de um projeto para a construção de represas temporárias nos setores superior e inferior da barragem. Esta será a primeira etapa da reconstrução da central de Kakhovka", assinalou.
Sirota referiu, citado pela agência noticiosa oficial Ukrinform, que o início dos trabalhos está dependente da retirada total das tropas russas da zona, e da conclusão de operações de desminagem.
A represa da central de Nova Kakhovka explodiu no início de junho, provocando a inundação de centenas de quilómetros quadrados, além de pelo menos 50 mortos e prejuízos avaliados em 3,5 mil milhões de euros.
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de quase 15 milhões de pessoas - internamente e para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.