Vamos proteger os nossos Oceanos?

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A longevidade do planeta Terra está cada vez mais curta e o principal fator que leva a esse acontecimento é a ação humana. No entanto, há quem procure salvar o planeta.

Um dos exemplos mais flagrantes dos maus hábitos humanos é, provavelmente, a poluição dos oceanos. Apenas num ano, cerca de 10 milhões de toneladas de lixo acabam no ambiente marinho. 10 milhões de toneladas de resíduos – dos quais 70% acabam no fundo do mar. E existem zonas que podem estar altamente prejudicadas e são inacessíveis. Como os oceanos se encontram abaixo da linha de água, as consequências da exploração humana são apenas visíveis em algumas partes, e para descobrir as zonas ocultas é necessária informação e tecnologia. Para além deste fator, existem zonas nos oceanos que não são monitorizadas, porque não pertencem a qualquer jurisdição, ou seja, ninguém tem direitos de propriedade definidos sobre elas – logo, podem estar poluídas e sem possibilidade de serem tratadas.

Estes fatores são preocupantes e a necessidade de preservar os oceanos nunca foi tão urgente como os dias de hoje. Os oceanos cobrem 70% do planeta Terra. 50% das espécies que conhecemos têm o oceano como o seu habitat, que está ser destruído a uma velocidade galopante.

Estas são algumas das preocupações que estarão em discussão na segunda edição das Ocean Talks, que a fundação Galp vai promover esta sexta-feira, no Museu do Mar, em Cascais. Conscientes de que para proteger é necessário conhecer, um conjunto de oradores de referência na área ambiental e vida marítima irá lançar o debate sobre as oportunidades do mar português e da criação de valor em torno da temática dos Oceanos.

A Proteção da Biodiversidade, a Economia do Mar e a Tecnologia serão alguns dos eixos em discussão durante as intervenções de Joana Balsemão, da Câmara Municipal de Cascais, Rui Rosa, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Patrícia Furtado de Mendonça, responsável pelo projeto Aqua Mater, Nuno Lourenço, do CEiiA, e Wench Gronbrekk, da UN Sustainable Ocean Business Action Platform.

O grande objetivo é promover a partilha de ideias e experiências no âmbito dos ecossistemas marinhos e na sua ligação às comunidades. Ao mesmo tempo pretende-se fomentar a literacia sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável junto destas mesmas comunidades, em particular os que estão relacionados com a energia e os oceanos. Porque a mobilização para a mudança de comportamentos e atitudes depende do compromisso de todos.

“Maratona tecnológica pelos oceanos”

A fim de conseguir combater estes problemas a tempo, vai decorrer em paralelo à Ocean Talks uma maratona tecnológica a nível mundial, que tem como objetivo a sustentabilidade dos oceanos.

A INNOVATHON – Ocean Edition – uma iniciativa apoiada pelo Governo de Portugal, assim como pela Câmara Municipal de Cascais, a Galp e a Universidade Nova SBE e o ISTEC- Instituto de Tecnologias Avançadas – traduz-se num sprint, onde alunos do ensino superior, divididos em equipas de cinco membros, têm de encontrar e apresentar, no espaço de 24 horas, um conceito que vise uma solução para os seguintes desafios: Redução do lixo marinho; Redução e valorização do lixo marinho; Preservação dos ecossistemas marinhos; Desenvolvimento de aquacultura offshore sustentável nos oceanos; e Implementação de mobilidade sustentável nos oceanos.

Os alunos deverão ter como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, tendo de conceber soluções sustentáveis e economicamente viáveis, que combinem tecnologia e conhecimento. Os alunos irão contar com a orientação de mentores de todo o mundo, assim como o envolvimento de comunidades locais.

Esta maratona tecnológica, que também estará a decorrer noutras partes do mundo, terá lugar na Praia de Carcavelos e decorrerá nos dias 7 e 8 de junho, a fim de se celebrar o World Ocean Day com a Action Plataform for Sustainable Ocean Business da United Nations Global Compact, que também é um parceiro nesta iniciativa. As equipas vencedoras irão ser acompanhadas pelo CEiiA e /ou parceiros, durante um ano, para desenvolverem o seu projeto e irem à grande final, que decorrerá em junho de 2020, na Praia de Carcavelos, durante a conferência das Nações Unidas sobre os oceanos.

Para saber mais informações sobre a iniciativa INNOVATHON – Ocean Edition, basta clicar aqui.

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