Velv. Portuguesa cresceu 90% em 2022 e parte agora à conquista do mundo

Depois de faturar nove milhões de euros em 2022, a tecnológica inaugura os seus escritórios no Brasil e na Suíça, prevendo abrir mais dois durante este ano e contratar mais 100 trabalhadores.
Publicado a

Convictos de que a experiência na área da consultoria podia fazer diferença no setor, Rui Madruga, Rodrigo Paiva e João França fundaram, em 2017, a OnRising. A ideia consistia, por um lado, em tornar mais próxima, colaborativa e inovadora a relação entre os clientes e o fornecedor de tecnologia e, por outro, proporcionar uma experiência mais humana, compensatória e inclusiva aos profissionais, a fim de reter mais talento. "Queríamos criar uma empresa diferente, com uma cultura e personalidade empresarial fortes, que fosse focada na competência e qualidade de entrega, mas paralelamente descomplexada e disruptiva", começam por contar os fundadores, em conversa com o Dinheiro Vivo.

Volvidos seis anos, que deram direito a uma mudança estratégica do nome da empresa para Velv, a tecnológica portuguesa tem hoje a sua presença consolidada no mercado nacional e conta com uma equipa multicultural constituída por 200 pessoas, destacando-se o facto de 60% dos cargos de chefia e 15% das posições de programação serem ocupadas por mulheres. E o crescimento do negócio salta à vista: de 2021 para 2022, a faturação aumentou 90%, ultrapassando o marco dos nove milhões de euros. Aos dias de hoje, a empresa fornece consultoria de sistemas de informação dentro e além-fronteiras, trabalhando já com quase toda a Europa - inclusive, os clientes internacionais representam 45% da carteira.

O que se iniciou com um escritório em Lisboa, rapidamente se expandiu para o Porto. Mas o maior passo - o da internacionacionalização - foi dado em novembro passado, com a abertura de uma filial em Genebra (Suíça), e, no início deste ano, também com a inauguração do escritório do Rio de Janeiro (Brasil). Enquanto a escolha do Brasil foi motivada por a Velv ter já ali 30 pessoas a trabalhar para os seus projetos, a opção suíça, onde já conta com dez consultores, relacionou-se com o facto de ser "um mercado interessante, que já está muito habituado a este tipo de entrega, mas que é muito físico, ou seja, a relação com o cliente tem de ser pessoal", explicam os sócios. Além disso, a estratégia de expansão da tecnológica passa pela "abordagem de destinos com outros fusos horários" de modo a aumentar o número de horas em que é possível entregar trabalho, "sem esforço e sem ter de obrigar nenhum colaborador a fazer horas extra".
Os planos não ficam por aqui, já que 2023 espreita a abertura de mais dois escritórios - desta vez, a apontar para o norte da Europa: "Estamos a estudar, temos feito viagens, promovido iniciativas e visitado clientes para perceber onde podemos aportar valor."

"Numa altura em que se fala numa possível recessão, a realidade é que o trabalho continua a ter de ser feito e da maneira mais eficiente possível. E ofertas como a nossa nearshore acaba por colmatar a necessidade dos clientes, a um valor competitivo e com qualidade", notam os empreendedores. Para dar resposta ao crescimento, nas metas traçadas para este ano inclui-se também a contratação de mais 100 pessoas, estando estas vagas destinadas aos escritórios portugueses. A intenção será também recrutar para as novas filiais, conforme dite a necessidade de cada um dos mercados.

Ainda que projetem uma marca "muito mais internacional" daqui a cinco anos, o negócio nacional nunca deixará de ser uma prioridade para a Velv, garantem Rui Madruga, Rodrigo Paiva e João França. Depois de ter alcançado em 2022 a melhor temporada de sempre, a meta é continuar a duplicar o resultado de ano para ano, de modo a poder dar também aos seus trabalhadores - à data, 50% internacionais, oriundos de dez nacionalidades distintas - a oportunidade de continuarem a progredir na carreira dentro da empresa.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt