Vendas da McDonald's surpreendem com queda no primeiro trimestre

Mercado norte-americano foi o mais penalizado, com as vendas a recuar 3,6%. Incerteza está a afastar consumidores
Vendas da McDonald's surpreendem com queda no primeiro trimestre
Brandon Bell / Getty Images via AFP
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Foi uma queda "surpreendente", uma vez que os analistas esperavam um crescimento das vendas globais na ordem de 1%. Mas a retração no consumo, seja em visitas como em valor, provocou um recuo das vendas de 1% entre janeiro e março de 2025.

Nos EUA, a quebra foi de 3,65%, a mais expressiva entre os mercados onde a maior rede de fast-food do mundo tem presença e a maior desde o Grande Confinamento, em 2020. A incerteza quanto à economia - o PIB norte-americano também recuou nos três primeiros meses do ano, dando mais força a um cenário de recessão - tem estado a afastar os consumidores, que cada vez menos recorrem às refeições fora de casa.

O alerta já tinha sido dado, aliás, por outras cadeias de restaurantes americanos: responsáveis da Domino's Pizza, da Chipotle Mexican Grill e do Starbucks já tinham avisado que os americanos estavam a gastar menos dinheiro para jantar fora, uma vez que a inflação e as perspetivas económicas sombrias afetam a confiança dos consumidores.

As reviravoltas tarifárias da administração Trump agravaram a pressão nas carteiras e perturbaram as empresas, ameaçando aumentar os custos e perturbar as cadeias de abastecimento.

“Os consumidores menos abastados são mais vulneráveis ao impacto da inflação, e uma das primeiras áreas em que vão cortar é jantar fora”, disse à Reuters o analista da EMarketer Sky Canaves.

A empresa tentou estimular a procura, durante estes meses, aumentando o valor das promoções, à semelhança de alguns dos seus concorrentes - há menus a 5 dólares que deverão manter-se ao longo de 2025. Mas nem assim tem conseguido travar a contração.

No entanto, o segmento de negócio em que os restaurantes são explorados por parceiros locais destacou-se com um crescimento de 3,5% em relação ao ano passado, impulsionado por uma recuperação das vendas no Médio Oriente e no Japão, referiu ainda a McDonald's em comunicado.

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