É uma nova forma de andar de transportes dentro da Área Metropolitana de Lisboa (AML): nasceu esta terça-feira a Viva Go, uma solução que associa o cartão Lisboa Viva a um cartão de crédito ou de débito. Esta funcionalidade já está disponível em sete empresas de transportes e pode ser acionada a partir de uma das 12 000 caixas Multibanco. Isto é possível graças a uma parceria entre a OTLIS - o agrupamento de bilhética das empresas de transportes da AML - e a SIBS, a gestora da rede Multibanco.
Esta solução tanto serve para os utilizadores frequentes como para os utilizadores ocasionais dos transportes da AML, que desta forma evitam as filas para carregar o passe nas bilheteiras ou nas caixas de Multibanco. Além disso, os utentes não precisam de estar preocupados com o saldo que têm no cartão Lisboa Viva: se precisarem de andar de transportes públicos mas não estão cobertos com o passe, passa a ser cobrado automaticamente o título de transporte ocasional. O sistema Viva Go foi apresentado esta terça-feira no Museu da Carris.
Por exemplo, se precisar de viajar de comboio entre a estação de Lisboa-Oriente e a estação de Agualva-Cacém mas só tiver o passe para circular dentro do concelho de Lisboa (Navegante), o sistema Viva Go aciona automaticamente a modalidade de pagamento de viagem ocasional
A associação do cartão Lisboa Viva ao cartão de crédito ou de débito é feita como uma autorização de débito direto: o utente introduz o cartão de crédito na caixa Multibanco, escolhe a opção de pagamentos e outros serviços, selecionada a opção Viva Go e, depois de confirmar a adesão ao serviço, o utente introduz o cartão Lisboa Viva. A partir desse momento, não precisa de se preocupar com o saldo que tem no título de transporte porque será ativado o bilhete ocasional (sistema Zapping)
A Viva Go está disponível, para já, em sete empresas de transportes: CP, Carris, Metro de Lisboa, Metro Transportes do Sul, Transtejo e Soflusa. Os tarifários para o sistema Viva Go destas empresas ficarão disponíveis a partir desta terça-feira à tarde no portal Viva. A médio prazo, esta solução será alargada às restantes empresas de transportes da AML - a OTLIS reúne 27 operadores.
Para o presidente do conselho de administração da OTLIS, Tiago Farias, trata-se de um "produto revolucionário para os transportes em Lisboa". A presidente executiva da SIBS, Madalena Cascais Tomé, destaca esta solução "é uma nova forma de viajar, com toda a segurança, maior comodidade e poupança de tempo".
O produto, para já, conta com algumas limitações: o Viva Go só funciona para quem tiver o cartão Lisboa Viva. Ou seja, se andar de vez em quando de transportes em Lisboa e quiser deixar de se preocupar com o saldo, tem de pedir um cartão Lisboa Viva, que custa entre 7 e 12 euros. Este cenário também impede que a solução sirva para os turistas.
No final da apresentação, Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade da câmara de Lisboa, assinalou que esta solução pós-paga "é apenas o princípio" e que "são necessários mais passos", como um cartão de transportes públicos associado a contas com empresas; um limite de pagamento mensal das viagens; e ainda a "evolução para soluções de bilhética de transportes a partir de aplicações móveis", como já acontece na Área Metropolitana do Porto, que tem o sistema Anda.
No futuro, haverá ainda a possibilidade de a associação entre o cartão Lisboa Viva e o cartão de débito/crédito ser feita através da aplicção MBWay. Mas isso irá depender da "compatibilidade de tecnologia entre o sistema de transportes e a possibilidade de ligação a aplicações bancárias móveis", explicou fonte oficial da SIBS ao Dinheiro Vivo.