Warren Buffett: O "Oráculo de Omaha" aposta nas tecnológicas

Multimilionário anunciou posição avaliada em cerca de mil milhões de euros na Apple
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Nunca é tarde para alguém aprender a lidar com as novas tecnologias. Que o diga Warren Buffett, que, aos 85 anos, parece estar disposto a apostar nas tecnológicas norte-americanas, como a Apple e a Yahoo.

No caso da Apple, é uma aposta direta, através da holding Berkshire Hathaway. O "Oráculo de Omaha" anunciou esta segunda-feira que detinha, no final do primeiro trimestre, 9,81 milhões de ações da Apple, que estavam avaliadas, na altura, em 1,07 mil milhões de dólares (945,8 milhões de euros, segundo o câmbio atual).

"A Apple, com o valor atual, faz toneladas de sentido; é mais uma empresa de produtos de consumo do que uma empresa tecnológica", refere Jeff Matthews, autor dos relatórios da Berkshire, citado pela Bloomberg. "A empresa tem um grande modelo financeiro, a marca tem um grande nome e é uma ação barata", acrescenta.

A tecnológica liderada por Tim Cook tem sentido alguns problemas desde o início do ano, com a desaceleração dos resultados nos mercados emergentes, como a China, além dos receios sobre as vendas da nova geração do iPhone. Esta situação ficou ainda mais evidente após terem sido conhecidos os resultados do primeiro trimestre de 2016, os piores dos últimos 13 anos.

A Apple, durante este ano, já foi ultrapassada pela Alphabet, a dona da Google, como a empresa mais valiosa do mercado de capitais. A tecnológica de Cupertino perde 11,5% desde o início do ano, penalizada também pela saída de investidores como Carl Icahn, que, no final de abril, anunciou a venda de todas as suas ações por causa dos receios com o mercado chinês. É habitual a diferença de perspetivas entre Buffett e Icahn.

Apoio à compra da Yahoo

Além da Apple, Warren Buffett está a estudar financiar a compra da Yahoo da parte do multimilionário Dan Gilbert, chairman da empresa de crédito ao consumo Quicken Loans e da equipa de NBA Cleveland Cavaliers.

"Sou um enorme admirador do Dan e do que ele conseguiu na Quicken Loans. A Yahoo não é o tipo de investimento em que alguma vez estaria em parceria. Não conheço o negócio e não saberia como avaliá-lo, mas se o Dan precisa de financiamento, com os termos adequados e precauções, nós poderemos dar-lhe ajuda financeira", adiantou o "Oráculo de Omaha" à estação CNBC.

Dan Gilbert poderá ser, assim, mais um dos candidatos à compra da Yahoo, juntando-se a empresa como a Verizon, a AOL, TPG Capital e os fundos de investimento Bain Capital e Vista Equity Partners.

A Yahoo, liderada por Marissa Mayer, iniciou o processo de venda de ativos em fevereiro, após ter apresentado prejuízos de 4,5 mil milhões de euros.

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