A pandemia está a moldar os hábitos de consumo dos portugueses entre os 18 e os 29 anos. Sete em cada dez jovens da geração Z (69%) preferem continuar a fazer compras em lojas físicas, sendo "mais a favor de apoiar o comércio local", e só 30% escolhem fazer compras em lojas como a Amazon, segundo um estudo realizado pela plataforma de pagamentos Adyen.
"Valores como a responsabilidade e a diversidade são tidos em conta na escolha do local de compra", conclui o mesmo inquérito. "Este novo consumidor está envolvido em mudanças sociais e ambientais e é especialmente responsável pelas consequências que as suas compras podem ter para o mundo. 43% dos centennials consideram que a ética de um retalhista assume um valor fundamental na escolha de uma loja em detrimento de outra."
Neste estudo que analisa o comportamento dos mais jovens, os seus hábitos de consumo e tendências adotadas em compras no setor retalhista, 40% dos inquiridos consideram que têm de controlar as suas despesas devido à incerteza económica, influenciados "pelas mudanças políticas, económicas e socioculturais que estão a acontecer". Fatores estes que os tornam mais exigente, comprometido e híbrido (fazendo compras tanto em lojas físicas como online).
Entre os inquiridos, 86% têm vindo a substituir o dinheiro físico pela utilização de cartões de pagamento e 31% utilizam o dispositivo móvel ou e-wallets como a Apple Pay ou o Google Pay.
Neste sentido, 89% das empresas consideram importante ter opções de pagamento nos vários canais de compras e garantir as várias opções para o cliente (75%), ressalvando que a localização da loja e as opções de entrega, entre outros, são dos fatores mais importantes para o consumidor jovem. Mais importantes ainda do que o preço dos produtos, refere Adyen em comunicado.
Para além dos métodos de pagamento, é relevante uma adaptação das empresas às novas tecnologias, tendo tablets ou dispositivos móveis à disposição do cliente e proporcionando, em loja física, experiências como realidade virtual, cafés em loja ou eventos/atividades especiais.
A maioria das empresas inquiridas investiu na implementação de comércio unificado, canais de vendas online e físicos que se transformam num só. Por isso, pretendem otimizar a experiência do consumidor da web, móvel, loja, call center, sendo isto relevante para 78% dos retalhistas, menciona a empresa em comunicado.
Uma das preocupações das empresas é a venda em canais digitais como o YouTube, Instagram ou Facebook (79%). No entanto, apenas 34% dos consumidores desta geração faz compras através das redes sociais.
O country manager da Adyen Portugal e Espanha, Juan José Llorente, afirma que "quase sete em cada 10 jovens farão mais rapidamente compras a um retalhista se o seu programa de fidelização funcionar automaticamente através do seu cartão de pagamento. Nos próximos anos os pagamentos associados vão ser importantes, e vão permitir aos retalhistas construir uma imagem completa dos seus clientes e criar programas de fidelidade multicanal".