A literacia também é digital

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Uma educação robusta e diversificada são as bases para um futuro mais promissor, com mais garantias de sucesso. Mas o setor da educação é também dos que enfrentam mais desafios em Portugal, sobretudo na fase que vivemos atualmente. A propósito do Dia Internacional da Literacia, em que podemos melhorar o processo de aprendizagem para professores e estudantes?

O Dia Internacional da Literacia foi proclamado pela Unesco em 1966 e, desde essa altura, assinala a importância da literacia para os cidadãos, comunidades e sociedades. Mas muitas são as diferenças entre a década de 1960 e a atualidade.

A educação modernizou-se e há mais ferramentas que contribuem, além dos livros, para o conhecimento. As mais-valias da tecnologia ganharam mais palco e, hoje, é essencial falarmos também de literacia digital, cada vez mais importante para que todos aproveitem, da melhor forma, todo o potencial tecnológico. E, neste caso, ainda há muito que pode ser feito.

Neste sentido, a Comissão Europeia aponta que mais de 20% dos jovens não demonstram um nível básico de competências digitais. Além disso, menos de 40% dos educadores não se sentem totalmente confortáveis para utilizar as tecnologias digitais no ensino. Precisamos, por isso, de investir numa verdadeira revolução digital, tendo em conta as necessidades atuais, mas, sobretudo, as futuras, já que o mercado de trabalho exige, cada vez mais, este tipo de competências.

Portugal começa já a fazer o seu caminho a nível da digitalização no ensino, tirando partido, por exemplo, de plataformas digitais que facilitam e complementam o trabalho que é realizado nas escolas, contribuindo para a recuperação das aprendizagens durante o tempo da pandemia, bem como a aproximar a escola da família e a reduzir o tempo perdido de professores e líderes educativos em processos mais burocráticos.

Mas é importante que todo o país abrace, ainda mais, esta digitalização. É um esforço que será, certamente, compensado no futuro, como indica um estudo do Economist Intelligence Unit (EIU), que refere a digitalização das escolas pode alavancar o PIB dos países em até 20%.

Agora que estamos prestes a arrancar um novo ano letivo, é altura de voltarmos a refletir o que mais podemos fazer para aproveitar este caminho tecnológico. E sem esquecer, claro, o trabalho extraordinário de todos os professores e líderes educativos, que têm, nas suas mãos, a grande responsabilidade de contribuir para a formação das novas gerações. Porque a conquista da literacia deve ser um trabalho diário de todos, com a certeza que trará um futuro mais profícuo.

Filipa Lemos Cristina, Country Manager da Kinderpedia Portugal

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