Nos primeiros seis meses do ano, as administrações públicas reduziram as necessidades de financiamento em 991 milhões de euros, segundo os dados do Banco de Portugal (BdP) publicados esta segunda-feira. Isto significa uma evolução positiva da saúde financeira das contas públicas, o que contrasta com os 9,6 mil milhões de euros que as administrações públicas tiveram de pedir emprestado, no primeiro semestre de 2021.."Esta situação corresponde a um excedente podendo estar associada a uma situação em que as administrações públicas tiveram mais receitas do que despesas", esclarece o regulador. De facto, e de acordo com a execução orçamental de junho, os saldos global e primário da Administração Central e da Segurança Social foram positivos em 805,1 milhões e 4 073,8 milhões de euros, respetivamente, uma melhoria de 8 254,8 e 7 657,8 milhões de euros face a 2021, respetivamente. De salientar ainda que na primieira metade do ano, o Estado registou um excedente de 1 113 milhões de euros à boleia do aumento da receita fiscal que disparou 28,1%..De acordo com o regulador, "o financiamento concedido pelos bancos e pelos outros setores residentes foi negativo em 6,5 mil milhões de euros e em 1,4 mil milhões de euros, respetivamente". "Em contrapartida, o financiamento às administrações públicas pelo exterior foi de 6,9 mil milhões de euros", acrescenta..Uma análise por instrumento, mostra que as administrações públicas financiaram-se sobretudo através da emissão de títulos de dívida, no montante de 11,2 mil milhões de euros. Já o recurso a certificados de aforro e do Tesouro ou a empréstimos junto do setor financeiro caiu em 12,2 mil milhões de euros.