Aeroporto de Lisboa. Comissão Técnica propõe desviar voos não comerciais para aliviar Portela

O desvio do tráfego não comercial para outras infraestruturas e a criação de um novo terminal 3 são duas das soluções, a curto prazo, apontadas pelos peritos da Comissão Técnica Independente para o aeroporto de Lisboa.
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O Relatório da Análise de Curto Prazo da Comissão Técnica Independente (CTI), divulgado esta segunda-feira, defende o desvio do tráfego não comercial do aeroporto de Lisboa para outras infraestruturas.

Além do desvio de voos não comerciais para outros aeroportos ou bases militares, a CTI, que avalia alternativas ao Aeroporto Humberto Delgado (AHD), em Lisboa, defende um novo terminal, a ampliação do terminal 1, assim como a mudança de slots para melhorar, a curto prazo, a Portela.

Para os especialistas, "ficou claro" que o Aeroporto Humberto Delgado "apresenta ineficiência operacional e de layout que condicionam o uso da capacidade instalada e a possibilidade de uma solução de médio prazo de incremento de capacidades".

Nesse sentido, "o foco das intervenções no AHD deve ser orientado para soluções de novas infraestruturas com implementação no curto prazo, expeditas e não limitativas da operação corrente, bem como para soluções de otimização operacional que promovam a eficiência do uso da capacidade instalada", uma vez que a entrada em funcionamento da primeira fase do novo aeroporto pode demorar até 10 anos, refere o documento.

A CTI propõe soluções para "fazer face às dificuldades de processamento de passageiros, carga, e de aeronaves" até à entrada em funcionamento de "uma 1ª fase de uma nova infraestrutura aeroportuária, que deve por isso ser acelerada".

Consideram os especialistas que "a Base Aérea de Beja, nas condições atuais de acessibilidade, não pode ser uma alternativa comercial para gestão das pontas de tráfego de passageiros do AHD e do Aeroporto de Faro, mas pode ser considerada para acolher operações exclusivas de carga e de charters não regulares, libertando espaços do AHD".

Conclui-se que "a decisão e aceleração de uma primeira fase de um novo aeroporto assume um caráter de urgência, que se materializa no spillage decorrente da atual situação de congestionamento do AHD, que poderá ser reduzido com as ações propostas, mas não eliminado".

A CTI propõe a "remoção do AHD de todo o tráfego não comercial" e redistribuição do tráfego para outros aeroportos: "tráfego civil para Cascais; tráfego militar (VIP) para uma base aérea, que não impacte com a operação do AHD, e a analisar com a Força Aérea Portuguesa (FAP), e; tráfego charter não regular para a base aérea de Beja".

Mas ações ​​​​propostas, a CTI sugere que "o parque de estacionamento veicular adjacente ao terminal 1 seja avaliado para eventual extensão do atual terminal", bem como a "criação de um novo terminal 3, com acesso direto do exterior, e respetivas plataformas e taxiways de acesso".

"Devido à já referida ausência de informação sobre a situação económica e financeira do AHD não foi possível aferir impactos económicos das ações propostas", indica ainda o relatório.

No relatório, a Comissão Técnica Independente refere que, "além das limitações físicas, a capacidade do aeroporto é também prejudicada por alguns serviços, claramente subdimensionados, e que não dão resposta aos fluxos de passageiros que se concentram nos terminais de passageiros nos períodos horários de maior movimento".

"É exemplo desta situação o congestionamento que se gera no serviço de fronteiras (SEF) nos horários de ponta, sempre que esse serviço não tem capacidade de abrir um número suficiente de balcões para escoar os fluxos de passageiros", detalha o documento.

O relatório final da CTI deverá ser entregue ao Governo até 31 de dezembro, estando previsto que indique a melhor solução para o futuro aeroporto da região de Lisboa.

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