AIE prevê atenuação dos preços do petróleo até 2022

A Agência Internacional de Energia (AIE) estimou hoje uma atenuação dos elevados preços mundiais do petróleo até 2022, devido ao aumento da produção, à libertação de reservas e ao aumento da refinação.
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No relatório mensal sobre o mercado petrolífero, a agência considera que a procura mundial de petróleo abrandará temporariamente a recuperação, mas sem a travar, devido ao novo aumento global dos casos de covid-19, e voltará em 2022 aos níveis pré-pandemia.

A procura esperada diminuirá em cerca de 100.000 barris por dia até 2021 e 2022, principalmente devido a um menor consumo de combustível na aviação devido a novas restrições de viagem, mas ainda assim prevê-se um aumento de 5,4 milhões de barris por dia em 2021 e 3,3 milhões de barris por dia em 2022, sublinha o documento.

No próximo ano, a procura voltará aos níveis pré-pandemia, atingindo uma média de 99,5 milhões de barris por dia.

A agência espera que a produção ultrapasse a procura já este mês, devido ao aumento da produção nos EUA, Canadá e Brasil.

Ao mesmo tempo, a OPEP e os seus aliados continuam o processo de regresso à produção normal após os cortes bruscos aplicados em 2020, no pior momento da pandemia.

Como resultado, a produção aumentará em 6,4 milhões de barris por dia no próximo ano, contra 1,5 milhões em 2021.

Quanto à refinação, está previsto um aumento médio de 3,1 milhões de barris em 2021 e de 3,7 milhões de barris em 2022.

O aumento da produção será associado à libertação de reservas estratégicas anunciada pelos EUA no final de novembro (cerca de 50 milhões de barris) que serão acrescentadas a medidas semelhantes, mas de menor dimensão pela China, Índia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido, num total de cerca de 70 milhões de barris.

O aumento da produção e a abertura parcial destas reservas poderia ajudar a recuperar as reservas da indústria, atingidas por seis trimestres consecutivos em que a produção de petróleo foi inferior ao consumo global.

Ainda assim, a AIE prevê que, se a OPEP+ continuar a reduzir os cortes de 2020, a produção excederá a procura em 1,7 milhões de barris por dia no primeiro trimestre de 2022, e em dois milhões no segundo trimestre.

Se isso acontecer, 2022 será "mais confortável" na frente de preços, refere o relatório.

Os preços de referência caíram em novembro entre 15 e 17 dólares por barril devido ao receio de que a inflação elevada e a pandemia pesassem no crescimento económico, mas desde então recuperaram ligeiramente.

No início do próximo ano, a tensão do mercado irá diminuir ainda mais à medida que o fim do Inverno fizer baixar os preços, juntamente com a influência das novas restrições esperadas para conter a propagação da variante Ómicron.

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