O Alojamento Local (AL) valeu, afinal, 42% do total de dormidas registadas em Portugal no ano passado, um peso muito superior aos 15% reportados pelo Instituto Nacional de Estatística, avança um estudo da Nova SBE apresentado esta terça-feira no 1º Congresso Nacional da ALEP - Associação do Alojamento Local em Portugal, a decorrer no Porto. No ano passado, registaram-se mais de 47,7 milhões de dormidas nestas unidades turísticas, mais 36,3 milhões face ao valor contabilizado nas estatísticas oficiais..Este gap entre o valor real e os dados do INE tem uma explicação simples. De acordo com o estudo, as estatísticas oficiais apenas contabilizam as dormidas em unidades de AL com 10 ou mais camas. No entanto, o Eurostat, o gabinete de estatísticas da União Europeia europeu, concluiu que mais de 90% das dormidas acontecem em AL com menos de 10 camas..Para colmatar esta procura satisfeita por unidades de AL, seriam necessários 1600 novos hotéis no país (mantendo o rácio de dormidas por hotel), admite o estudo "A perceção do Valor do Turismo em Portugal", apresentado pelo investigador associado na Nova SBE, Pedro Brinca. Lisboa precisaria de mais 258 unidades hoteleiras, o Algarve necessitaria de 251 e o Porto de 240 novos hotéis. O AL foi pois "um complemento fundamental da hotelaria em 2023", conclui o documento..No ano passado, o AL assegurou maior peso nas dormidas que a hotelaria na Área Metropolitana de Lisboa e na região Norte, onde atingiu os 49%. Na cidade do Porto, esse peso foi de 60% e em Lisboa situou-se nos 48%, em linha com a Área Metropolitana de Lisboa..O estudo, que se debruça sobre as perspetivas económicas do turismo, a análise do valor real das dormidas e o peso do Alojamento Local em Portugal, revela ainda que os turistas estrangeiros foram responsáveis por 71% das dormidas na hotelaria em 2023. No AL, representaram 82%.