Aldi foca expansão a Norte suportada por abertura do centro de logística de Valongo

Marca alemã de discount ambiciona criar rede de 200 lojas no país, com a abertura entre 15 a 20 unidades por ano. Atenta às tendências do mercado está a apostar em lojas de proximidade. Lisboa já tem sete e o Porto vai receber a primeira Aldi city em 2025.
A Aldi estreou-se no mercado português em 2006. Com a pandemia, acelerou a sua expansão no país. Foto: Pedro Correia/Global Imagens
A Aldi estreou-se no mercado português em 2006. Com a pandemia, acelerou a sua expansão no país. Foto: Pedro Correia/Global Imagens
Publicado a

A Aldi está apostada em reforçar a sua presença no Norte do país. “O nosso plano de expansão para 2025 e para os anos seguintes está direcionado para o Norte de Portugal, uma região estratégica para o crescimento da empresa”, frisa João Braz Teixeira, diretor de Expansão & Real Estate da marca alemã. A abertura do centro de distribuição de Valongo, prevista para o início de 2025, “será crucial para acelerar este crescimento, bem como assegurar uma logística eficiente no Norte”, diz. Nos próximos meses, a discount vai também abrir a sua primeira loja city no Porto.     

O centro de Valongo, localizado no Panattoni Park Porto, em Valongo, contará com 21 cais de cargas e descargas, numa área total de 16 mil metros quadrados, dos quais 1700  de frio positivo. A infraestrutura vai permitir abastecer mais de 70 lojas, assegurar uma maior frescura dos alimentos e eliminar dois milhões de quilómetros dos percursos da frota. Recorde-se que atualmente todas as unidades Aldi são abastecidas pelo centro da Moita. 

Este ano, a Aldi abriu 12 novas lojas em território nacional, atingindo a fasquia histórica das 150, com a inauguração da unidade de Guimarães. Segundo João Braz Teixeira, esse número “foi rapidamente ultrapassado” com as inaugurações na Aldeia de Juso (Cascais), e em São Brás de Alportel e Parchal (Algarve), perfazendo 153 supermercados no final de 2024. A empresa quer agora concretizar o objetivo de criar uma rede de 200 unidades no país.

Para além da aposta no Norte, a Aldi tem planos de expansão para o Algarve e Centro. Segundo o responsável, a marca quer reforçar a presença no Algarve, de forma a garantir a liderança no setor do discount nesse território, onde já contabiliza 22 espaços em operação. No Centro, a insígnia alemã espalhou lojas por diversas zonas populacionais, desde localidades suburbanas até regiões rurais. “Esta abordagem visa um equilíbrio que nos permitirá chegar a consumidores de diferentes perfis e contextos”, explica João Braz Teixeira.

Segundo o gestor, a escolha das localizações para abertura de novos espaços segue critérios estratégicos, com foco na proximidade aos clientes e no acesso às zonas onde vivem, trabalham ou realizam as suas atividades diárias. “Embora a expansão esteja especialmente focada, nesta fase,  no Norte, estamos a distribuir o crescimento entre grandes áreas metropolitanas, regiões suburbanas e rurais, garantindo uma cobertura equilibrada de norte a sul, incluindo o interior”, frisa.

A Aldi, que entrou no mercado português em 2006, apresenta “um crescimento sustentado” desde o primeiro dia, garante João Braz Teixeira. Em 2020, decidiu intensificar o ritmo de expansão no país e, desde esse ano, tem “inaugurado, em média, entre 15 a 20 lojas por ano, o que nos permitiu duplicar a nossa rede” em território nacional. No último exercício, abriu 19 supermercados, que possuem, em média, uma área de vendas de cerca de mil metros quadrados, complementados por parque de estacionamento. Apesar de questionada, a empresa não divulgou os valores de investimento.

Lojas city

A Aldi está também a apostar em novos formatos de loja, incluindo unidades mais pequenas e de proximidade, especialmente em áreas urbanas. Em Lisboa, a marca já conta com sete espaços city (em português, cidade), distribuídos pelos bairros de Picoas, Tivoli, Areeiro, Campo de Ourique, Benfica, Príncipe Real e Estefânia. Estas unidades “foram pensadas para responder à crescente procura por conveniência, disponibilizando produtos frescos ‘à porta de casa’”, justifica o responsável. A última a abrir foi na zona da Estefânia.

Os planos de expansão deste formato seguem agora para o Norte do país, onde prevê inaugurar a primeira loja de proximidade no Porto, em 2025. Como realça João Braz Teixeira, a Aldi está focada em abrir estas lojas city em “localizações estratégicas”, de forma a proporcionar “uma experiência de compra mais rápida e acessível, permitindo aos consumidores poupar tempo e facilitar as suas rotinas diárias”. 

A marca afirma-se fiel à sua natureza discount, promovendo um modelo de negócio assente em marcas próprias e numa relação estreita com fornecedores, garantindo assim “qualidade sem elevar os preços”. Mais de 60% dos produtos têm origem nacional, com destaque para categorias como frutas, legumes, carnes, laticínios, panificação, diz o gestor.

A elevada concorrência na distribuição alimentar portuguesa é “algo natural” para a marca. A Aldi quer “continuar a antecipar tendências, bem como responder de forma eficaz às exigências do mercado” onde estão instaladas “inúmeras insígnias”, diz João Braz Teixeira.

A Aldi, que emprega cerca de 2650 colaboradores em Portugal, não revela valores de faturação no país. “Estamos muito satisfeitos com os resultados obtidos em 2024”, diz apenas o gestor. Para 2025, “as perspectivas são bastante promissoras e apesar dos desafios impostos pelo contexto atual, vemos este novo ano como uma oportunidade para reforçar e consolidar a nossa posição no mercado”.

Para além de Portugal, a Aldi está presente Espanha, França, Luxemburgo, Bélgica, Países Baixos, Alemanha e Polónia, com uma rede superior a cinco mil lojas. No global, emprega mais de 91 mil pessoas. 

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt