O presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) afirma, em entrevista à Lusa, que a transição geracional "não é só para os jovens", mas também para a própria economia portuguesa, a qual precisa de "uma transformação"..Alexandre Meireles, que termina o mandato à frente da ANJE em julho, defende que "o mais importante é reter o talento" dos jovens e "conseguir que eles não saiam" do país e defende a transição geracional nas empresas portuguesas..A transição geracional "não é só para os jovens, mas para a própria economia" portuguesa, a qual precisa de "uma transformação", sublinha o presidente da ANJE..A associação já se reuniu com o ministro da Economia, Pedro Reis, e o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, um encontro que "correu bem" e em que o Governo "demonstrou a porta aberta", salienta Alexandre Meireles.."Fizemos chegar o pacote de medidas (...) e pareceu-nos um Governo aberto a ouvir as propostas dos jovens", diz o presidente da ANJE, recordando que durante a campanha eleitoral o tema dos jovens foi abordado praticamente por todos os partidos..E isso "foi ótimo, um ponto importantíssimo para a evolução do país", refere, apontando ainda como positiva a criação do Ministério da Juventude..Entre as medidas defendidas pela ANJE está "a redução da tributação de IRS nos órgãos sociais para jovens com menos de 40 anos" e que "se possa majorar em sede de IRC os custos que as empresas têm quando estes jovens estão nas administrações, nos quadros gerentes", elenca Alexandre Meireles..As propostas incluem ainda que o Banco de Fomento "possa criar linhas de reembolso para a reestruturação geracional nas empresas", já que "precisamos que as empresas estejam mais modernas", que "recorram a fontes diferentes de financiamento no crédito do bancário e que comece a haver uma concentração maior de empresas", ou seja, um processo de consolidação, diz.."As nossas empresas são todas muito pequeninas, era importante que houvesse um movimento de fusões e aquisições", aponta..Para isso, "os jovens estão preparados e mais à vontade, é mais recorrente os jovens recorrerem a capital que não seja dívida bancária, como fundos de investimento, e quando olharmos para as 'startups', os jovens continuam cá porque lideram essas 'startups'", argumenta o presidente da ANJE..Este conjunto de medidas foi apresentado ao Governo para que este ponha o assunto "na agenda do dia para que se possa fazer a transição geracional e que as empresas possam ser mais competitivas"..A associação tem "sentido que os jovens que ficam em Portugal, além de terem bons salários e boas condições de vida, muitas vezes estão em condições de liderança e de tomada de decisões nas empresas"..Por isso, "achamos que é muito importante que se faça a transição geracional dos empresários em Portugal", salienta Alexandre Meireles, reconhecendo que existe toda uma "geração que fez muito por Portugal", mas que agora "é importante dar uma oportunidade a esta geração de jovens que está mais preparada a nível de formação académica" e tecnologia, entre outros..O presidente da ANJE defende que é "preciso acelerar o processo" da transformação da economia portuguesa, conjugando a "experiência dos empresários com a irreverência, a maior capacidade e maior preparação que os jovens têm para liderar com a nova economia de hoje em dia"..E para esta aceleração, diz, é necessário que os líderes "também tragam este tema para agenda do dia e que façam perceber que é importante", pelo que é preciso comunicar bem e passar a mensagem, e haver "um conjunto de medidas que permitam acelerar para que as empresas portuguesas tomem mais depressa esse caminho", reforça.