Apoios para as empresas só depois do aval da União Europeia

Pacote de medidas dirigido às famílias anunciado já na próxima segunda-feira. Os empresários vão ter de esperar mais. Só depois da reunião dos ministros da energia da UE, marcada para 9 de setembro, é que o Governo vai definir instrumentos para mitigar a inflação e, especificamente, a subida dos preços da energia.
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O primeiro-ministro, António Costa, revelou esta quinta-feira, em Maputo, Moçambique, que o Governo irá aprovar na próxima segunda-feira, num Conselho de Ministros extraordinário, um conjunto de medidas dirigidas às famílias para mitigar o impacto da escalada da inflação. Mas as empresas vão ter de esperar mais. Costa afirmou que os apoios destinados às empresas só serão anunciados depois da reunião dos ministros da Energia da União Europeia (UE), marcada para 9 de setembro.

Questionado sobre se Portugal pondera reduzir o IVA sobre o gás, tal como anunciou esta quinta-feira a vizinha Espanha, Costa disse apenas que "só faz sentido anunciar novas medidas depois do Conselho de Ministros europeus da Energia a 9 de setembro".

Nessa cimeira, o primeiro-ministro espera "que a União Europeia aprove um conjunto de medidas, nomeadamente a reforma do mercado da eletricidade". O governante aproveitou para lembrar a exceção do mecanismo ibérico, que Portugal e Espanha conseguiram negociar para evitar o contágio dos preços da eletricidade por via do aumento dos preços do gás. O primeiro-ministro defendeu que é preciso uma "reforma estrutural" e mostrou-se otimista com o desfecho da reunião dos ministros europeus da energia, uma vez que a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, já reconheceu "a necessidade de fazer uma reforma estrutural do mercado".

Em relação às famílias, António Costa recordou que está marcado um Conselho de Ministros extraordinário para a próxima segunda-feira "para aprovar um conjunto de medidas de apoio às famílias", uma vez que "já é clara a perspetiva de execução orçamental".

Portugal registou uma taxa de inflação de 9% em agosto, uma ligeira redução em relação ao mês anterior.

Na manhã desta quinta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu medidas urgentes para as "famílias e as empresas" que sofrem com a subida dos preços dos últimos meses, sublinhando a necessidade de se trabalhar em conjunto na Europa, sobretudo no domínio da energia, "para não criar desigualdades".

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