A Economia Circular é o presente e todos os players do setor da Água serão parte ativa neste processo, tendo em conta que, nesta atividade, a reutilização e a reintrodução dos “produtos” reciclados nos novos processos produtivos será sempre um caminho com inegáveis vantagens para a sociedade, para as pessoas e, sem dúvida, para um mundo mais equilibrado. .Através da inovação e otimização da utilização dos recursos existentes e com o desenvolvimento de novos produtos e serviços a partir da matéria-prima existente e dos produtos até agora considerados finais, a indústria da água dá nova vida à “água usada” através da reciclagem, valorização, reutilização e integração, num novo paradigma de valorização de recursos..É neste contexto que surgem as Fábricas de Água, um novo conceito para as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), onde o efluente tratado gera novos produtos como a água reciclada, plena de recursos para reutilizar e reintegrar no sistema produtivo. Para valorizar a água reciclada com controlo de qualidade, a Águas do Tejo Atlântico desenvolveu a marca “água+” tendo em vista a identificação da água reciclada produzida nas Fábricas de Água, com qualidade adequada a cada tipo de utilização não potável..A reutilização da água residual tratada para rega de espaços verdes ou lavagens, nomeadamente de ruas, viaturas e de equipamentos, é já uma realidade em algumas das infraestruturas da empresa, favorecendo uma otimização dos recursos hídricos em utilizações que não carecem de água potável. Da atividade das Fábricas de Água poderão também resultar outros produtos, como bioplásticos, água e biocombustíveis, e recuperação de vários nutrientes, como o fósforo, para serem incorporados em novos processos produtivos..Por outro lado, as lamas resultantes do tratamento de águas residuais são encaminhadas para valorização agrícola e valorizadas energeticamente através de processo de digestão maximizando a produção de biogás, que é aproveitado para valorização energética, ou como estamos a implementar tecnologia para biocombustíveis..Para sustentar a inovação e esta aposta na eficiência, a digitalização do setor (em curso) é um processo fundamental e oportuno. Por isso se considera esta a área base para a Indústria 4.0. Melhorar processos e procedimentos, suportados por uma informação fidedigna e objetiva - que contribua para a eficiência na gestão e operação diária da água – é o garante do sucesso da estratégia definida. Falar do Saneamento 4.0 é falar de eficiência e eficácia do processo de tratamento de águas residuais e da valorização dos subprodutos gerados nas Fábricas de Água. É (saber) fazer mais e melhor usando menos recursos. Para isso é necessário abrir o setor ao exterior e fomentar o empreendedorismo científico e empresarial. Nada se faz sozinho e muito menos neste mundo 4.0. A constituição de uma rede de parcerias ativas com universidades, start-up e indústria é, cada vez mais, frequente e é a resposta para a ambição de evoluir os serviços da água em utilities digitais..A digitalização das empresas do sector da água abre novas dimensões a todos os níveis, nomeadamente, para a viabilização de novos modelos de gestão ambiental, com atividade operacional sustentável e economicamente viável, através de processo de automatização e robotização de várias tarefas do setor. Este é o caminho das Fábricas de Água e os seus subprodutos essenciais para o fomento da Economia Circular..*Administrador Executivo da Águas do Tejo Atlântico