Bairro entrega compras em menos de meia hora

Startup portuguesa criou app para operar em e-commerce e entrega produtos de supermercado e bem-estar na hora. Bairro já atinge os 25 mil pedidos mensais.
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Existe para servir as necessidades do momento com conveniência e opera no e-commerce através de dark stores (lojas físicas não abertas ao público que atendem exclusivamente online) de retalho alimentar. Falamos do Bairro, startup portuguesa criada em dezembro de 2020, que entrega pequenas encomendas feitas através de uma aplicação móvel (app), num tempo que pode ir de dez a 30 minutos.

O aumento da procura online e a sobrecarga do retalho alimentar offline e das plataformas delivery, fruto da pandemia, deixaram claro que este setor precisava de "um avanço tecnológico" - e assim nasce o Bairro, conta Milana Dovzhenko, cofundadora da empresa, em entrevista ao Dinheiro Vivo.

Presente no Parque das Nações, Marquês de Pombal, Laranjeiras, Benfica, Almada e Carnaxide, com um horário que se estende das 10 às 03 horas, o Bairro serve um raio dois quilómetros em torno de cada loja e possui uma frota de 53 motas elétricas para realizar as entregas, às quais não se aplica qualquer taxa adicional.

Com as cadeias de distribuição a representarem a principal concorrência, a startup afirma a sua diferença pela qualidade dos mais de dois mil produtos que disponibiliza, o controlo de stock em tempo real e as entregas rápidas, que possibilitam ao cliente "encomendar as compras e recebê-las mais depressa do que se fosse ao supermercado".

O processo de compra é simples, explica Milana Dovzhenko. "Depois de descarregar a app, é pedido ao cliente apenas o contacto telefónico para login", em seguida, é só "escolher a gama de produtos que pretende" e fazer o pagamento, ou diretamente na aplicação, com cartão bancário, MBWay, ou pagamento no ato da entrega, com cartão.

A somar aos 100 mil euros de capital próprio investidos inicialmente, em agosto de 2021, a empresa levantou a sua primeira ronda de financiamento, na qual participaram empreendedores de foodtech. O dinheiro angariado permitiu não só melhorar a app, como também investir na eficácia operacional - o que, segundo a responsável, era crucial, uma vez que, em uma hora, fazem entre três a quatro pedidos por estafeta - e desenvolver um sistema de picking para garantir que todas as encomendas estão reunidas em dois minutos.

"A tecnologia veio auxiliar à eficácia do nosso serviço, contribuindo para a redução das perdas alimentares", explica a cofundadora. Estando a sustentabilidade na génese da startup, o Bairro não poderia deixar de trabalhar em parceria com a "To Good To Go", uma plataforma que ajuda os restaurantes e supermercados a reduzir o seu excedente de comida diário.

A empresa conta, ao momento, com 150 trabalhadores, dos quais 60 são estafetas e 32 pickers, e procura "que todos os trabalhadores tenham contrato de trabalho, que dê segurança e garantias", refere Milana Dovzhenko.

Quanto aos fornecedores, 31, de um total de 40, são portugueses. "Trabalhamos também com pequenos produtores, procurando dar-lhes visibilidade", acrescenta.

O Bairro tem crescido cerca de 30% a 40% a cada mês, entregando cerca de 25 mil pedidos. A renda baixa, aliada ao facto de não precisar de merchandising nas lojas, dá margem para fazer promoções semanais e sazonais nos produtos, tal como outros retalhistas alimentares, refere a cofundadora.

Passo a passo, a startup vai reforçando a sua presença no mercado, diversificando a sua oferta. Exemplo disto é a parceria estabelecida com "A Marmita", para disponibilizar, a partir deste mês, refeições já preparadas, frescas ou congeladas. Ainda sobre iniciativas, no mês de maio estará à venda na app a limonada "Acabo", cujas vendas reverterão para organizações de ajuda à Ucrânia.

Em relação aos planos para 2022, o Bairro pretende tornar-se um serviço de 24 horas e expandir para a zona de Odivelas e Porto.

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