
O Banco Central da Rússia (BCR) manteve hoje a taxa de juro em 16% pela segunda vez consecutiva, depois de sublinhar que a pressão inflacionista diminuiu, embora continue elevada.
"As atuais pressões inflacionistas estão a diminuir gradualmente, mas permanecem elevadas", afirmou o BCR num comunicado em que defende a necessidade de manter a atual taxa de juro.
De acordo com o regulador russo, "a procura interna continua a exceder significativamente as possibilidades de expansão da produção de bens e serviços. As restrições no mercado de trabalho voltaram a aumentar".
"É demasiado cedo para avaliar a velocidade futura das tendências desinflacionistas. A política monetária do BCR irá consolidar o processo de desinflação da economia", afirmou.
O BCR aumentou a taxa de juro em dezembro passado para 16%, que manteve em fevereiro, com o objetivo de estabilizar a inflação em cerca de 4% este ano.
Para o BCR, as medidas destinadas a estabilizar a inflação "implicam a manutenção de condições monetárias restritivas por um período alargado".
De acordo com o regulador, apesar das condições monetárias restritivas, "a forte procura interna mantém as pressões inflacionistas elevadas".
"A maioria dos indicadores estáveis de aumento dos preços correntes [...] situa-se no intervalo de 6% a 7% na sua expressão anual", explicou o BCR, que relaciona este facto com o aumento dos preços dos serviços turísticos.
Segundo o BCR, as expectativas de inflação da população e as expectativas de inflação dos preços das empresas continuaram a diminuir, embora "ainda permaneçam em níveis elevados", o que determina "a inércia do atual aumento dos preços".
"Os indicadores atuais sugerem que a economia russa continuará a crescer rapidamente no primeiro trimestre de 2024. A atividade dos consumidores continua elevada, num contexto de crescimento significativo dos rendimentos das famílias e do sentimento de confiança dos consumidores", segundo o banco.
A próxima reunião de política monetária do Banco Central da Rússia está agendada para 26 de abril.