Bankinter alcança lucro histórico de 844,8 milhões de euros em 2023

Resultado líquido do grupo espanhol, com operação em Portugal, cresceu 51% face a 2022, com as altas taxas de juro a permitirem encaixar mais 1,23 mil milhões de euros de margem financeira.
Paulo Spranger/Global Imagens
Paulo Spranger/Global Imagens
Publicado a

O grupo Bankinter alcançou um resultado líquido histórico de 844,8 milhões de euros no ano passado, crescendo quase 51% em relação aos lucros de 560,2 milhões registados em 2022, apesar do impacto do novo imposto sobre o setor financeiro em Espanha, estimado em 77 milhões de euros para o banco. 

Os ganhos antes de impostos, no entanto, foram de 1,22 mil milhões de euros, dos quais 166 milhões gerados pela operação portuguesa.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, a instituição presidida por María Dolores Dancausa destaca que “a evolução favorável das taxas de juro” e o “crescimento de volumes em todos os indicadores do balanço” contribuíram não só para o incremento substancial das rubricas, como também para a "melhoria da rentabilidade e eficiência" do banco. 

Ora, a margem financeira, precisamente a diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos, sobre a qual a Euribor tem influência, cifrou-se em 2,21 mil milhões de euros, após uma subida de 44% face ao período homólogo. Significa isto que, em 2023, as altas taxas de juro renderam ao grupo espanhol mais 1,23 mil milhões do que no exercício anterior. 

Já a margem bruta, que engloba todas as receitas, cresceu praticamente 28%, atingindo um recorde de 2,66 milhões de euros. Ainda sobre proveitos, as comissões líquidas - que às cobradas aos clientes já desconta as que o banco paga a terceiros - ascenderam a 624,3 milhões de euros, mais 3% do que em 2022. 

Quanto ao balanço, a carteira de crédito do Bankinter cresceu 3,6%, para 76,88 mil milhões de euros, não obstante a “maior debilidade do mercado imobiliário espanhol”, enquanto os recursos de clientes se fixaram em 81,57 mil milhões, na sequência de uma subida de 8,6%. Os recursos fora do balanço, por sua vez, conheceram um avanço de cerca de 18%, para os 43,93 mil milhões.

Sobre a qualidade da carteira, a instituição financeira faz saber que o rácio de NPL (sigla para a expressão inglesa non‑performing loans, referente ao crédito malparado) se situou em valores semelhantes ao ano passado: 2,1%. 

Outros indicadores financeiros indicam que o ROE - sigla para rentabilidade sobre capitais próprios, que, em termos práticos, mede a capacidade de retorno de uma empresa para o acionista - atingiu um patamar histórico de 17,1%, refletindo um aumento de 5,1 pontos percentuais face ao ano anterior. O nível de liquidez também melhorou, tendo o volume de depósitos sobre créditos subido de 102,8% para 106%.

Negócio em Portugal dispara e já representa 10% da margem bruta do grupo

Em 2023, a operação do Bankinter em Portugal “superou as expectativas com um excelente resultado em todos os seus indicadores”, com o resultado antes de impostos a mais que duplicar (114%) face aos 78 milhões registados no ano anterior, para 166 milhões de euros, informa o banco no mesmo comunicado.

Para a margem bruta global de 2,66 milhões de euros que registou neste exercício, aliás, o negócio em território nacional contribuiu com mais de 10%.

A carteira de crédito ascendeu aos 9,2 mil milhões de euros, refletindo um crescimento de 16% comparativamente com 2022, dizendo 6,1 mil milhões respeito à banca comercial e o remanescente à banca de empresas. O rácio de incumprimento dos empréstimos situou-se nos 1,3%. Os recursos de clientes, por seu turno, avançaram 32%, para os 8,4 mil milhões, enquanto os recursos fora do balanço aumentam 2% até aos 4 mil milhões.

Diz o banco que “a gestão desse balanço reflete-se na boa evolução que demonstram todas as rubricas da conta de resultados”.

Neste âmbito, a margem bruta aumentou 61%, para 306 milhões de euros, a margem financeira portuguesa cresceu 85%, para 246 milhões e a margem antes de provisões registou um incremento de 112%, para 204 milhões de euros. Já as comissões líquidas renderam 68 milhões, mais 3% do que em 2022. 

O rácio de eficiência do Bankinter Portugal melhorou de 49,5%, em 2022, para 33,4%, em 2023.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt