Banqueiros e ex-ministros promovem literacia financeira

Iscte reuniu em livro contributos de figuras de peso da economia para servir de “instrumento poderoso” a favor do conhecimento financeiro.
José Crespo de Carvalho, presidente do Iscte Executive Education. Foto: D.R.
José Crespo de Carvalho, presidente do Iscte Executive Education. Foto: D.R.
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Setenta e nove personalidades da vida política e económica nacional promovem em livro a literacia financeira, na expectativa de criar um “instrumento poderoso” para a educação financeira dos portugueses. É este o mote que leva o Iscte Executive Education (IEE) a publicar a obra “79 Vozes pela Literacia Financeira: por uma melhor e maior independência ao longo da vida”.

O livro vai ser lançado no próximo dia 5, na Feira do Livro, onde José Crespo de Carvalho, presidente do IEE, moderará um debate sobre o tema num painel com Licínio Pina, chairman do Crédito Agrícola, Pedro Andersson, jornalista da SIC responsável pela rubrica "Contas-poupança", e Rita Piçarra, ex-administradora financeira da Microsoft que se “reformou” aos 44 anos.

O livro reúne reflexões das personalidades referidas e também de Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, de Ana Carvalho, presidente executiva do Banco Português de Fomento, bem como dos antigos ministros das Finanças Teixeira dos Santos e Maria Luís Albuquerque. Os banqueiros João Pedro Oliveira e Costa (BPI) e Miguel Maya (Millennium bcp) também assinam textos deste livro, assim como Isabel Ucha, presidente do conselho de administração da Euronext Lisbon.

Mais um contributo

O livro “79 Vozes pela Literacia Financeira” pretende amplificar a disseminação de conhecimentos económicos e financeiros, numa abordagem “pedagógica e prática”, através de um de uma “seleção de textos sobre conceitos e temas financeiros, além de recursos complementares como exemplos, casos práticos e estratégias para resolução de problemas”.

De acordo com a sinopse da obra, o objetivo do aprofundamento da literacia financeira em Portugal é “melhorar a qualidade de vida, a inclusão social e o desenvolvimento económico”. “Este livro não é contra ninguém. E é apenas mais um contributo”, lê-se.

Literacia dos portugueses abaixo da média europeia

“A literacia financeira de Portugal é alarmantemente baixa, especialmente quando comparada com outros países da zona euro. Segundo o ranking do Banco Central Europeu (BCE) de 2020, Portugal ocupava a última posição, com apenas 25% dos portugueses a responderem corretamente a pelo menos três das cinco perguntas sobre temas financeiros. A média dos países da zona euro era de 52%, e a dos países da OCDE era de 63%”, realça José Crespo de Carvalho, na nota de apresentação da obra enviada à redação.

Para o professor que preside ao IEE e promove este livro, o estado da “literacia financeira em Portugal é no mínimo lamentável”, sendo a obra compilada um “manifesto” que não pretende “menosprezar os esforços que têm sido feitos”, mas, sim, contribuir para uma melhor compreensão de temas “elementares, como elaborar e gerir um orçamento” ou compreender os juros e o desempenho da inflação, para decisões “informadas e responsáveis”, pessoais e profissionais.

“Conhecimentos financeiros ajudam a investir com eficiência e a permitir que o dinheiro trabalhe autonomamente em proveito do seu titular”, defende Jaime Carvalho Esteves, advogado e fundador da J+Legal, num dos textos que integram a obra, parafraseando o livro “Homem Rico, Homem Pobre” de Irwin Shaw. 

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