BE pede novo "fôlego" ao governo e aponta desgate de Cabrita, Matos Fernandes e Mendes Godinho

Catarina Martins não identifica "novas propostas" e refere que as "mudanças necessárias" não serão concretizadas com os atuais titulares da Administração Interna, Ambiente e Trabalho e Segurança Social. CDS aponta "incompetência" de Cabrita.
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Nunca o pediu claramente, mas ficou subentendida a mudança de ministros que o Bloco de Esquerda (BE) gostava de ver nos próximos tempos. Catarina Martins pediu um novo "fôlego".

"Hoje olhamos para o ano que foi e para o que será e o governo parece pouco disponível para outro fôlego, outra política", afirmou a líder do BE no discurso de encerramento do debate do Estado da Nação, na Assembleia da República. "Não se conhecem novas propostas e o governo decidiu iniciar o próximo ciclo mantendo um conjunto de ministros cujos mandatos se arrastam sem capacidade para fazer as mudanças necessárias", afirmou a coordenadora bloquista.

Os alvos estão bem definidos: Eduardo Cabrita, na Administração Interna, João Pedro Matos Fernandes, no Ambiente, e Ana Mendes Godinho no Trabalho e Segurança Social.

"O ministro do Ambiente está marcado pelo descrédito devido à sua transigência com a fraude da EDP no negócio das barragens", começou por apontar Catarina Martins, a que juntou o "inexplicável silêncio sobre o assassinato de Ihor Homeniuk", em que o "ministro da Administração Interna já só se livra de um caso quando se mete noutro".

Por fim, a líder bloquista acusou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social de "acumular confusões e omissões no apoio aos trabalhadores afetados pela crise".

Catarina Martins indicou que "os analistas dirão que governar em pandemia provoca desgaste", mas apontou "o critério do interesse público" como critério para "compensar esse desgaste".

O CDS-PP também apontou baterias ao ministro da Administração Interna, indicando vários exemplos ao longo dos anos de Eduardo Cabrita naquele ministério e que foi "salvo" pelo BE e PCP.

"Devemos ao Partido Socialista um sem fim de casos e de incompetência no Ministério da Administração Interna", começou por enunciar o líder parlamentar centrista, Telmo Correia, para logo de seguida exemplificar. "Das golas de fumo ao SIRESP, à imigração ilegal no Algarve, ao ZMAR e ao caso do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras", indicou Telmo Correia, considerando o caso do assassinato de Ihor Homeniuk "grave" e que "acabou com uma instituição capaz com 35 anos de serviços ao País para salvar a cabeça de um ministro incapaz."

Para o parlamentar centrista, "a geringonça, ainda que de geometria variável, está lá para salvar o ministro", frisou. "No SEF foi o Bloco quem deu a mão; agora no caso dos festejos do Sporting, foi o PCP a bloquear a audição", concluiu.

Notícia atualizada às 18h40 com declarações do líder parlamentar do CDS-PP

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