Jo Berardo diz não ter nenhuma dívida de cerca de 400 milhões à Caixa Geral de Depósitos e que a penhora à sua pensão é um "empréstimo" ao banco do Estado.
"Qual dívida? Qual dívida? Quando a verdade vier ao de cima vão ter de me pagar para trás. É um empréstimo que estou a fazer à Caixa Geral. Estou a emprestar à Caixa Geral um terço da minha pensão. Também não é muito, vim para Portugal há poucos anos", disse o empresário, que tem dívidas de cerca de 900 milhões. Em julho do ano passado o Estado decretou a penhora à coleção de Berardo, avaliada em mais de 500 milhões, depois de um pedido feito pelos bancos.
Em maio, a Caixa penhorou um terço da pensão de reforma de Berardo, para recuperar uma dívida de 50,2 milhões de euros, no âmbito de um processo de execução que corre no Tribunal do Funchal. A penhora de "um terço da pensão do aqui requerido José Berardo, no valor mensal de 861,63 euros, segundo um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa de 21 deste mês". O empresário tem uma pensão no valor total de 2584 euros.
Berardo falava durante a inauguração do Museu Berardo Estremoz, instalado no Palácio Tocha, um equipamento museulógico que reune "maior e mais importante" coleção privada de azulejos de Portugal. A coleção do museu é composta por conjuntos azulejares ´in situ´, património integrado na Quinta e Palácio da Bacalhôa (Azeitão) e no Palácio Tocha (Estremoz), e por mais de 4.500 exemplares móveis datados do século XIII ao século XXI, permite "percorrer a secular história do azulejo".
O equipamento teve um custo de 3,5 milhões, dos quais 75% oriundos de fundos europeus.