
A Bosch anunciou esta quinta-feira a venda do negócio de produtos de tecnologia da divisão Building Technologies, que foi colocado à venda no final de 2023, à Triton Partners, um grupo de investimento germano-sueco com sede na ilha britânica Jersey. O negócio envolve 4300 trabalhadores em 90 países, incluindo Portugal, uma vez que parte dos trabalhadores daquela divisão estão na fábrica de Ovar, que empregava no final do último ano 1200 pessoas.
As duas empresas acordaram entre si não revelar o valor do negócio mas, segundo a Bloomberg, estão em causa ativos avaliados em 700 milhões de euros. Questionada pelo DN sobre as consequências do negócio em Ovar, fonte oficial da Bosch Portugal não revelou quantos trabalhadores daquela unidade deverão passar para a Triton. A mesma fonte indicou não haver mais informação disponível além do comunicado oficial da empresa.
O negócio que a multinacional germânica passa para a Triton abrange três unidades de negócio – Vídeo; Controlo de Acesso e Intrusão; e Comunicação – que constituem todo o negócio de produtos da Bosch Building Technologies que foi colocado à venda.
Num comunicado enviado à redação, a Bosch assegura que os 4300 em causa "serão assumidos pelo comprador". "Os acordos entre as partes foram assinados no dia 12 de dezembro, tendo sido acordado que o preço de compra e outros detalhes do contrato não serão divulgados", lê-se ainda.
A concretização da transação do negócio da Bosch Building Technologies para a Triton ainda está sujeita a aprovações regulatórias. A previsão oficial é que o negócio esteja totalmente concluído no final da primeira metade de 2025.
Concretizada a operação, a Bosch Building Technologies continuará a existir e a operar com cerca de 8000 trabalhadores em oito países, assumindo-se como "integrador de sistemas independente de produtos, com um portefólio abrangente de soluções energéticas e para edifícios", que pretende "beneficiar, no futuro, da digitalização e da crescente procura dos clientes por soluções integradas, inteligentes e interdisciplinares nas áreas de segurança de edifícios, eficiência energética e automação de edifícios".
Christian Fischer, vice-presidente do conselho de administração e responsável pela gestão do portefólio do grupo Bosch, afirma no comunicado que o objetivo sempre foi "encontrar um comprador adequado que adquirisse as três unidades de negócio de tecnologia de segurança e comunicações e oferecesse aos trabalhadores uma perspetiva para o futuro".
"Alcançámos esse objetivo", realça, defendendo que a Triton "apresentou uma estratégia de crescimento sustentável e credível para o negócio". A estratégia referida não foi detlhada pelas duas empresas.
“Estamos satisfeitos por termos alcançado um acordo com a Bosch e por sermos o comprador preferencial para o negócio de produtos de tecnologia de segurança e comunicações. Queremos apoiar a gestão e os trabalhadores para que continuem a trajetória de forte crescimento que este negócio tem registado recentemente, fornecendo não apenas capital, mas também o nosso know-how resultante da propriedade e desenvolvimento bem-sucedido de outras empresas na área da segurança”, afirma Claus von Hermann, Managing Partner e co-líder da equipa de tecnologia industrial na Triton, também citado no comunicado.
A Triton refere que um dos pilares da sua operação, ou seja dos investimentos que realiza, visa os setores industrial, saúde e serviços empresariais.