Ou seja, o crescimento da riqueza poderá não chegar para cobrir os investimentos que foram realizados. É que o governo brasileiro investiu 0,5% do PIB para tornar a Copa possível (8 mil milhões de euros) e apostará outros 0,2% do PIB (3 mil milhões de euros) para realizar os Olímpicos de 2016. .Leia aqui o estudo."As várias análises efetuadas ao longo dos tempos demonstram que estes mega-eventos têm efeitos muito positivos a curto prazo na economia, mas muitas vezes também trazem consigo efeitos negligenciados e negativos a longo-prazo", refere Ludovic Subran, economista chefe da Euler Hermes, admitindo que "no caso do Brasil esses mesmos efeitos estão à vista de todos", especialmente depois das manifestações anti-eventos que têm explodido um pouco por todo o país. .Mas não são só as reações dos brasileiros, os eventos, refere esta consultora despertaram um outro problema que vai refletir-se no bolso daquelas famílias: a inflação galopante. A Euler Hermes espera que a inflação se mantenha em 6,3% em 2014 e abrande para 6,1% em 2015. 0,5% deste aumento é explicado pelos "mega eventos desportivos". .Ou seja, no conjunto dos dois eventos, espera-se um acréscimo de 2,5 pontos percentuais dos preços para o consumidor final no período entre 2009 e 2016. E o problema agrava-se se se tiver em conta que o impacto esperado na atividade económica abranda já no final deste ano, porém os efeitos nos preços ao consumidor manter-se-ão até 2020. .Conheça os dez jogadores mais bem pagos do Mundial.Ludovic Subran justifica: "Não só o país não foi capaz de aproveitar os benefícios de um Campeonato do Mundo de Futebol, como agora enfrenta uma forte taxa de inflação que está a ter um impacto direto na vida dos brasileiros"..Para além do fraco retorno económico, estes grandes eventos também ficam aquém das expectativas quando se fala de emprego. O estudo refere que o governo brasileiro espera que o Campeonato do Mundo de Futebol crie 700 mil empregos ao longo do ano de 2014, mas "com a força de trabalho brasileira estimada nos 100 milhões de trabalhadores, o impacto deste evento é muito reduzido", referem. .Além disso, a vida das empresas não vai sentir qualquer alívio e as insolvências, que têm vindo a crescer desde 20111, vão manter-se, por causa de um enfraquecimento da procura interna, aumento dos juros cobrados pela banca e nova austeridade de política monetária. Esta consultora aponta para um aumento de 9% nas insolvências em 2009 e mais 3% em 2015, mesmo com o reforço da atividade na construção e implementação de infraestruturas de apoio aos eventos desportivos. .Boas notícias só mesmo ao nível do mercado imobiliário, com a consultora a rejeitar a existência de uma bolha imobiliária causada por causa deste movimento desportivo.