
O presidente da Conferação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, pediu esta quarta-feira, 21, ao primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, que avance com uma decisão urgente sobre o novo aeroporto da região de Lisboa.
"O relatório final da Comissão Técnica Independente (CTI) está fechado e entregue. Agora é tempo de decidir, por isso, decida-se! As promessas foram feitas e não nos esquecemos. Os dois principais candidatos [às legislativas] prometeram, antes das eleições, e nos almoços organizados pela CTP, que a decisão sobre o novo aeroporto era uma prioridade governativa e que seria a primeira decisão a tomar. Pois, que se cumpra a palavra dada!", apelou.
"Continuamos à espera de um novo aeroporto e já não é possível esperar mais. O Turismo e todo o País exigem que a decisão sobre a localização do novo aeroporto seja uma prioridade absoluta do novo Governo. Esta é uma decisão política, é uma decisão exclusiva do Governo", acrescentou ainda.
Francisco Calheiros, que falava na abertura do XX Congresso da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal (ADHP), em Aveiro, sublinhou que a estabilidade e o desenvolvimento do setor do turismo estão dependentes não só de uma decisão sobre a futura infraestrutura aeroportuária mas também de outros dossiês como a TAP e a ferrovia. Ao novo Executivo pede ainda criação de um Ministério do Turismo, uma reforma fiscal para as empresas e apoios à consolidação e internacionalização das empresas.
"Não nego que estou preocupado com a governabilidade do País, mas espero que exista uma solução o mais estável possível. O País em geral e o Turismo, precisam de estabilidade política para que sejam tomadas várias medidas necessárias ao desenvolvimento da nossa atividade", rematou.
O presidente da ADHP afinou pelo mesmo diapasão e aproveitou o primeiro dia de congresso, que conta com a presença de 700 inscritos, para deixar também recados a Montenegro. "Num momento em que se inicia um novo ciclo político, não podemos continuar a esconder-nos e a adiar a resolução dos problemas existentes no nosso setor, sobejamente conhecidos e nunca resolvidos. Estamos a falar de questões como a do Aeroporto de Lisboa, a ferrovia de alta velocidade ou reconhecimento das profissões e respetivos profissionais. É fundamental que o novo Governo tenha a coragem e reúna a convergência das forças políticas, para que se assuma a resolução destes problemas estruturais em prol do país, colocando de parte as questões políticas", pediu Fernando Garrido.
O representante dos hoteleiros pediu ainda a valorização e o reconhecimento dos recursos humanos no setor. "Continuamos com uma legislação laboral completamente desajustada aos interesses dos próprios colaboradores, com a ausência de reconhecimento e valorização das profissões, tanto para os colaboradores como para as empresas. A contratação dos profissionais hoteleiros continua assente sobre categorias profissionais inexistentes. Lançamos este repto ao novo governo que muito em breve tomará posse: de uma vez por todas, têm de se tomar decisões, este é o sector do futuro, e que já deu provas disso em momentos cruciais para o país", adiantou.
*A jornalista está em Aveiro a convite da ADHP